A situação precária das instalações do Pronto Atendimento Municipal de Juatuba, também chamada de policlínica, voltou a ser destaque nas redes sociais após um vídeo compartilhado pelo morador Luiz Fabiano, conhecido como Mirim. O vídeo, que circulou amplamente na última semana, expõe as más condições da entrada da unidade, com a lona do todo rasgada servindo como cobertura improvisada, além de lixo e entulho espalhados nas proximidades.
No vídeo, Mirim desabafa: “em frente à policlínica de Juatuba, só de olhar, dá para imaginar como deve ser o atendimento lá dentro”. Também na entrada, ele destaca a presença de lixo e entulho na calçada, criando um ambiente ainda mais desagradável para quem precisa de atendimento médico.
“Olha esse tanto de entulho. Veja a situação que está isso”, diz revoltado apontando para a sujeira. Os problemas com a infraestrutura da policlínica, no entanto, não se restringem à área externa. Segundo o relato de Mirim e de outros moradores, o cenário dentro do pronto atendimento é igualmente preocupante. Em outro trecho do vídeo, Mirim diz em tom de ironia que os pacientes têm de usar guarda-chuva na recepção.
“Lá dentro molha tudo. Tem até um vídeo do gerente da unidade puxando a água com o rodo que inundou durante uma chuva”, disse à nossa reportagem.
Segundo Mirim, as más condições do toldo já duram mais de seis meses, sem qualquer providência por parte das autoridades municipais, enquanto a população já perdeu a conta de outras várias denúncias. “Até agora, ninguém fez nada”, lamenta o morador.
A precariedade da policlínica de Juatuba não é um problema novo. Em fevereiro deste ano, as más condições do local foram reportadas pelo Jornal de Juatuba e Mateus Leme. Na ocasião, as principais reclamações incluíam a falta de ventilação adequada, o que tornava a espera pelos atendimentos ainda mais angustiante para os pacientes. Cadeiras quebradas e em péssimo estado de conservação também foram alvo de críticas, bem como a presença de moradores de rua e animais, como cachorros, que frequentemente ocupam os assentos destinados aos pacientes.
Além das condições físicas do prédio, outro problema recorrente é a presença de fumantes na entrada do pronto atendimento.
Descaso e demora no atendimento
A demora no atendimento é outro ponto que tem gerado inúmeras reclamações. A auxiliar de Recursos Humanos, Maria Helena da Silva, relatou sua experiência recente ao buscar atendimento de emergência para o filho. “Chegamos lá por volta das 19h e tinha gente esperando desde às 15h30. Ficamos lá até por volta das 22h quando meu filho foi atendido”, desabafa.Mas para ser atendida, ela conta que precisou acionar a polícia já que a demora no atendimento é recorrente na unidade. “Meu filho estava com a perna toda inchada, e o atendimento demorando. Quando reclamamos, os funcionários ficam irritados, como se nós fôssemos errados. Se for um caso de vida ou morte, a pessoa morre esperando lá fora”, afirmou.