Desde 2013, cerca de um ano depois da inauguração da escola Elza de Oliveira Saraiva, as instalações da unidade educacional foram interditadas, quando laudos do Corpo de Bombeiros apontaram irregularidades na obra, dentre elas, fragilidade estrutural, trincas, infiltração, além da falta de projeto de incêndio. Com a interdição, a escola passou a funcionar no prédio da antiga faculdade J. Andrade, mas sem estrutura adequada para atender cerca de 350 alunos, do 1° ao 5° ano.
A falta de sede da escola fez com que em 2014, os alunos fossem transferidos para o pavimento térreo do prédio do Legislativo e, em 2020, a Justiça autorizou a retomada do uso do espaço, desde que fossem feitas intervenções, porém o Executivo optou por não utilizar mais o local para as atividades escolares.
Em 2021, com o fechamento do Nesc, a prefeitura definiu que o local seria o mais adequado para receber os profissionais e alunos da escola Elza. O imóvel que era particular foi adquirido pelo município, pelo valor de R$1,3 milhão. Os alunos até chegaram a estudar no Nesc, mas tiveram que sair da escola novamente, após o prefeito anunciar que faria intervenções no espaço.
“10 anos de irresponsabilidade”
Já se passaram 10 anos desde o primeiro imbróglio envolvendo a falta de local para funcionamento da Escola Elza e até hoje os alunos são tratados “como bolinhas de pingue-pongue, jogadas de um lado para o outro, ao bel prazer do prefeito”. A situação dos estudantes acabou revoltando os pais que tiveram que se contentar com a instalação deles novamente no prédio da antiga faculdade J Andrade.
Esta semana, um leitor do Jornal de Juatuba e Mateus Leme encaminhou à reportagem um vídeo, fazendo duras críticas ao prefeito pela “irresponsabilidade com a educação de Juatuba”. De acordo com o cidadão, o prefeito errou feio ao começar obras na escola após o início das aulas e sem um cronograma específico para prejudicar menos as crianças. “São 10 anos que essas crianças são jogadas de um lado para o outro e ninguém até hoje teve a competência para resolver de vez essa situação. Eu gostaria de questionar o senhor prefeito porque essas intervenções não foram realizadas no período do recesso escolar”, questionou.
Outra mãe de aluno afirmou que diversas crianças que já estavam se habituando com o ambiente escolar tiveram que enfrentar novamente a mudança de local. “É muita desorganização, isso com certeza influencia no aprendizado. Um local fixo é necessário para a habituação e até o desenvolvimento escolar”, pontuou.
“Eternas obras”
O vídeo gravado por populares mostra que a prefeitura de Juatuba iniciou obras de ampliação na sede definitiva da Escola Elza de Oliveira Saraiva, no antigo Nesc, mas ainda não informou à população quando as intervenções serão concluídas. Na gravação, o cidadão pontua que as obras estão sendo vistas pela população como “eternas e de difícil conclusão”. O Jornal de Juatuba e Mateus Leme não conseguiu contato com a Secretaria de Educação até o fechamento desta edição.