Pastor denuncia perseguição e diz que vai acionar MP por abuso de autoridade

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O prefeito de Juatuba foi alvo de duras críticas na reu­nião da Câmara dessa semana. Da tribuna, o pastor Fernando Reis, da Igreja do Evangelho Quadrangular, falou sobre o constrangimento que ele e a família vem sofrendo em vir­tude de “perseguição polí­tica”. “Eu estava viajando com minha família quando meus filhos que trabalham na Coo­perativa dos trabalhadores Autônomos em Transporte Rodoviário, receberam uma ligação afirmando que eles seriam impedidos de voltar ao trabalho, devido a uma ordem dada pelos secretários muni­cipais de Administração, Governo, Meio Ambiente e Saúde do governo Adônis. Fiquei muito triste. A notícia acabou com nossa viagem e minha esposa até adoeceu”.

Segundo o pastor, a ordem expressa dada por Alaécio da Luz, Amélia Augusta, Marconi Campagnani e Maísa Aquino foi no sentido de impedir que seus filhos atuassem na Coo­perJuá. “Eles alegaram que se meus filhos continuassem tra­balhando na Cooperativa, a prefeitura encontraria alguma forma de cancelar o convênio com a entidade e impedir que ela atuasse no município”.

O Jornal de Juatuba e Mateus Leme entrou em contato com o pastor que revelou à repor­tagem que após chegar de via­gem com a família, procurou o presidente da Cooperativa, solicitando justificativa para o afastamento dos filhos. “Meus filhos estão encostados, sem poder exercer a função, mas não podem ser demitidos pois, de acordo com o estatuto da Cooperativa, eles só podem ser dispensados em caso de adver­tência ou falha grave, o que nunca aconteceu. Alertei à direção da CooperJuá que a atitude pode ser considerada abuso de poder e acarretar até processo trabalhista”.

Fernando afirma que a per­seguição aos filhos começou após ele ter colocado uma faixa na porta da igreja, na qual se posicionava contrário ao corte de uma árvore que havia sido plantada pelos membros da igreja e que tem valor senti­mental para toda comunidade. “Se for esse o problema peço desculpas pela faixa, pois meus filhos não merecem ser perse­guidos por causa da minha opinião. Vou reiterar aqui que apoiei o prefeito Adônis, mas não serei favorável a questões que eu não acredito e nem serei conivente com o que é errado”, afirmou na tribuna.

Ainda de acordo com o pas­tor, a perseguição também o atingiu e ele teve até um pedido de exames recusado. “Procurei o posto de saúde com fortes dores estomacais e pedi o médico da unidade um exame”. Ele me deu seu carimbo com o CMR e falou para eu mesmo me prescrever o exame. Por fim, Fernando solicitou aos vereadores que investiguem o fato para que tanto os políticos quanto secretários que perse­guem as pessoas por posições divergentes sejam responsabi­lizados. “Eu acredito muito nesta casa, inclusive que os senhores sejam de fato fiscali­zadores. Para mim, o cercea­mento ao direito de um jovem ao trabalho e perseguição polí­tica podem ser considerados improbidade administrativa. Além disso, posso dizer que o que acontece em Juatuba é a mesma coisa que está ocor­rendo na Ucrânia onde, infe­lizmente, o presidente russo envia seus soldados para ata­car e ferir trabalhadores que não têm nada a ver com a questão. É lamentável ver uma ditadura na cidade. Com cer­teza iremos encaminhar a denúncia ao Ministério Público, pois tenho provas, áudios e documentos que comprovam a perseguição”.

O vereador Léo da Padaria, que é da base do prefeito, reconheceu que há muitos anos Juatuba é palco de per­seguições políticas e propôs um diálogo com a prefeitura. Já o presidente do legisla­tivo, Ted Saliba, prometeu investigar o caso.

“O que acontece em Juatuba é a mesma coisa que está ocorrendo na Ucrânia, onde o presidente Russo envia seus soldados para atacar e ferir, infelizmente, os trabalhadores que não têm nada a ver com a questão. É lamentável ver uma ditadura instalada na cidade e pessoas sendo perseguidas por não apoiarem algumas idéias”

“Eu não vou pedir licença para todos moradores

Após a denúncia do pastor, o Secretário de Meio Ambiente, Alaécio da Luz Pinto, que estava acompa­nhando a reunião da galeria, solicitou à mesa que lhe fosse oferecida a oportunidade de se defender com relação à supressão da árvore. De acordo com o secretário, o corte foi feito seguindo a legislação do Meio Ambiente, pois a referida árvore não seria “de lei”. “Seguimos prontamente a legislação e posso afirmar que não conheço o cidadão e nada tenho contra ele, muito menos conheço qualquer tipo de perseguição. Eu não vou bater na porta de cada cidadão e pedir licença para podar ou retirar árvores”, pontuou secretário.

A fala soou desrespeitosa para a população que acom­panhava a reunião da galeria, que se manifestou dizendo que se os cidadãos têm que pedir autorização para supri­mir árvores, a prefeitura tam­bém deveria fazer o mesmo.

Mesma história,

personagens diferentes

Esta não é a primeira vez que denúncias de persegui­ção política são feitas à admi­nistração do prefeito Adônis Pereira. Uma das maiores polêmicas envolvendo a equipe do primeiro escalão teve como protagonista a Secretária Amélia Augusta, denunciada por suposta­mente perseguir e por asse­diar moralmente servidores da pasta da Saúde. Já recente­mente, o presidente da Liga Eclética Esportiva de Juatuba, Geraldo Ricardo de Lima, denunciou que o prefeito Adô­nis e alguns secretários, esta­riam perseguindo a entidade politicamente, promovendo a reprovação de contas e corte de repasses para o fomento ao esporte no município.

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