Pastor Fernando cobra medidas de segurança em Juatuba

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Na reunião dos vereadores de Juatuba esta semana, o pastor Fernando do Reis, da Igreja Quadrangular, usou a tribuna para abordar a questão da segurança pública na cidade. Em seu discurso, ele enumerou uma série de preocupações que evidenciam como a cidade precisa avançar no combate à criminalidade. 

Falta de plantão policial noturno

Fernando destacou a ausência de um plantão policial noturno, fato que, segundo ele, compromete seriamente a segurança dos mais de 30 mil habitantes de Juatuba. Amigo da família de Andreia Julião, assassinada no dia 8 de abril, o pastor acompanhou de perto a tragédia e lembra como a falta de um plantão policiou deixou ainda mais angustiada a família.

Na noite do desparecimento de Andreia, juntamente com a família e os filhos da vítima, ele iniciou uma luta por informações sobre seu paradeiro. Sem atendimento nas delegacias, a família não conseguiu obter a ajuda necessária. “Infelizmente quando eu cheguei na Polícia Militar, o pelotão estava fechado. Chamamos e não havia ninguém ali para dar uma informação. Nos deslocamos até delegacia da mulher e, da mesma forma, estava fechado, assim como a Polícia Civil”, relatou. 

Ele disse ter percorrido as ruas em busca de uma viatura e, ao ligar para o 190, foi informado que, como pastor e não familiar direto, teria que esperar 24 horas antes que qualquer ação fosse tomada. “Isso tem que ser revisto. A segurança precisa ser levada a sério”, afirmou enfaticamente.

Fernando destacou a necessidade de um plantão policial permanente na cidade. “Precisamos nos unir para que Juatuba tenha, pelo menos, um policial de plantão. Eu sei que a situação da Polícia Militar é crítica, com um déficit de 16 mil policiais em 2016. Mas, uma guarda municipal poderia aliviar essa pressão”, enfatizou. 

Falta de infraestrutura favorece a criminalidade

A segurança, segundo ele, também passa pela infraestrutura da cidade, pois a falta de iluminação adequada e serviços de capina resultam em locais ermos que favorecem a prática de crimes, como o que aconteceu com Andreia. “O ex-marido dela armou todo o cenário na linha férrea. Estive lá olhando e vi que o mato está muito alto. Então, ele pôde fazer tudo que ele queria e encenar como se tivesse sido um assalto”, enfatiza. 

Nessa questão, ele não poupou críticas ao município. “A prevenção é uma parte importante da segurança pública e o município tem negligenciado cabalmente. O desleixo é a marca registrada de Juatuba, que hoje, é uma cidade suja.  Não tenho visto garis e nem pessoas fazendo capina. Todo esse descuido passa uma mensagem para quem vem de fora, que esse lugar é desprezado”, lamenta. 

Educação familiar

O pastor enfatizou ainda a importância da educação familiar como parte integrante da segurança pública. Ele argumentou que muitas vezes a violência surge da falta de disciplina e orientação adequada desde a infância. “Eu costumo dizer para as pessoas que o filho, muitas vezes, recebe tudo do pai e, muitas vezes, ele nunca recebe o não. Quando ele namora uma moça e ela quer terminar, ele não entende aquilo, pois não está acostumado com o não. Da mesma forma, quando um professor corrige um aluno e este chega em casa e reclama com a mãe, esta muitas vezes, vai na escola e briga com a professora. Ele vai se acostumando a ser protegido mesmo quando está errado”, disse. 

Ao final de sua fala, o pastor Fernando fez um apelo direto ao governo municipal. “Peço que este governo atente para a segurança da cidade. Faça uma carta, peça uma medida, faça alguma coisa, pelo amor de Deus. Não podemos continuar desse jeito. Que nós possamos juntos fazer essa cidade mais segura, para que possamos ter uma vida mais digna em Juatuba”, concluiu.