Prefeito quer aprovação “imediata” de R$38 milhões, mas presidente da Câmara prefere debater proposição com a comunidade

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Essa não é a primeira vez que o prefeito Adônis Pereira manda servidores comissionados às reuniões da Câmara para pressionar os vereadores a votar projetos com mais agilidade.

Desta vez, a manobra ficou clara, quando o presidente da Câmara e o vice, Laécio do Silvestre e Eltinho da Agência, chamaram a atenção dos comissionados que ocupavam as galerias, acusando a mesa diretora de demorar a distribuir o projeto que autoriza o repasse de R$38 milhões da Vale para a construção das unidades de saúde do município.

A situação ficou tensa após o discurso do vereador Léo da Padaria, que insinuou que o presidente do Legislativo estaria atrasando a emissão de pareceres das comissões permanentes da Câmara. Léo pediu que o presidente informasse em qual comissão o projeto estava, para que a população pudesse acompanhar a tramitação do mesmo. Após a fala do parlamentar, Laécio do Silvestre questionou Léo, perguntando ao vereador se sua fala era uma acusação.

Os servidores comissionados que acompanhavam a reunião ficaram exaltados, mas Laécio foi enfático ao garantir que não seria pressionado a votar nenhum projeto e que nenhum comissionado que estava ali com este intuito o faria mudar de ideia. “Eu não vou passar por cima do regimento desta casa porque o chefe do executivo quer uma aprovação a toque de caixa; não adianta ele ficar mandando vocês aqui para me pressionar”, disparou.

O vice-presidente, Eltinho da Agência, completou a fala do colega de mesa, reiterando o que ele havia dito na última reunião com relação às atitudes do prefeito Adônis Pereira. “Não seremos pressionados de forma alguma. Esta casa deve ser respeitada”.

Dentre os questionamentos acerca do projeto, os vereadores querem saber onde serão construídas as unidades de saúde, os valores gastos em cada uma e também porque não foi feita uma audiência pública com a população para debater o tema.

O vereador Ted Saliba, chamou a atenção para a necessidade ouvir a população através de uma audiência pública e da convocação das lideranças de cada região que necessita das unidades de Saúde pela Câmara. Os parlamentares ficaram de resolver sobre a convocação ou não da audiência pública nas comissões.