Na última semana, os mateus-lemenses foram surpreendidos com uma notícia do encerramento do contrato com a Companhia de Saneamento de Minas Gerais, veiculada através das redes sociais oficiais da Prefeitura.
Em reunião que contou com a participação dos integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara, Dr. Renilton e secretários municipais, o prefeito anunciou o encerramento do contrato com a Copasa em decorrência da má prestação de serviço e descumprimento do contrato. “O processo de encerramento já começou, mas não depende apenas de mim. Preciso do apoio do Ministério Público e também do legislativo”, afirmou.
O vereador Dr. Aldair Guimarães, relator da CPI, destacou que, durante uma reunião com a Copasa, tanto a prefeitura quanto a Câmara não enxergaram fidelidade na fala dos diretores da empresa de que o problema de desabastecimento possa ser resolvido de forma definitiva. “Não sentimos confiança na afirmação de que a empresa vai conseguir prestar serviço de qualidade no município. Não podemos dar mais prazos e fazer novos acordos. Precisamos de uma solução definitiva”, finalizou o vereador.
Agência Reguladora questiona Copasa sobre falta de água nos municípios
A Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais (Arsae-MG) apresentou questionamento formal à Copasa após receber denúncias de falta de água em 23 municípios onde a concessionária atua.
Relatos de desabastecimento envolveram as cidades de Juatuba, Mateus Leme, Araçuaí, Barão de Cocais, Betim, Conceição do Mato Dentro, Contagem, Diamantina, Esmeraldas, Espinosa, Igarapé, Iturama, Machacalis, Patos de Minas, Pompéu, Ribeirão das Neves, Salinas, São Gotardo, São Sebastião do Paraíso, Sarzedo, Serro, Teófilo Otoni, Vespasiano e Belo Horizonte.
Segundo a Arsae-MG, a Copasa não esclareceu os motivos do problema e nem se as interrupções são resultado de uma crise hídrica no Estado. Porém, em resposta a um veículo de comunicação da capital, a Copasa afirmou que “o volume armazenado nos reservatórios está em torno de 72,9%, o que garante a estabilidade no fornecimento de água” e que “não há previsão de racionamento” na região metropolitana de Belo Horizonte. A nota da Copasa informa ainda que “alguns dos desabastecimentos pontuais foram causados por interrupções de energia elétrica em algumas unidades operacionais”, acrescentando que interrupções também são causadas por ligações clandestinas e manutenções na rede.
Falta d’água continua
Em Juatuba e Mateus Leme o problema de desabastecimento continua gerando sofrimento para muita gente, principalmente para os moradores de bairros distantes do centro. As reclamações da população já chegaram aos vereadores e não são apenas sobre a falta d´água. As queixas envolvem atraso na execução e até abandono de obras iniciadas e consideradas prioritárias. Reuniões com diretores da Copasa, denúncias no Ministério Público, CPI no Legislativo das duas cidades, intervenção de deputados e até visitas dos prefeitos à empresa, já aconteceram, mas não resolveram os problemas e nem a empresa foi penalizada por descumprir o contrato com os municípios.
Ação solidária ajuda comunidades
A situação caótica nas comunidades de Santa Fé e Francelinos, em Juatuba, fez com que alguns moradores se unissem para comprar água mineral, que foi distribuída para as famílias carentes. A ação continua, mas os colaboradores afirmam que “não sabem até quando darão conta arrecadar doações para ajudar a população mais pobre”. “Fizemos isso na última semana, e estamos fazendo nessa. A comunidade fica grata, mas ao mesmo tempo, frustrada por ter que se submeter a uma situação desumana como essa”, afirma morador.
