Presidente do Sindserj rebate carta aberta do SindUte

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O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Juatuba (Sindserj), Geraldo Ricardo, usou a tribuna da Câmara, nesta segunda-feira (11) para rechaçar a carta aberta publicada pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SindUte) na semana passada. Durante seu discurso ele também ponderou que a forma como o Sindicato tem conduzido a manifestação afeta os pais e as crianças com o com a redução das aulas.

“Por várias vezes o Sindserj recebeu ligações sobre esse assunto. Eles estavam confundindo o Sindicato como organizadores da paralisação”. Geraldo Ricardo pediu providências aos parlamentares para resolver a situação. “Não é invadir a prefeitura que vai resolver”. Ele ainda reforçou: “lugar de brigar é juridicamente”, finalizou.
Em conversa com a nossa reportagem, Geraldo Ricardo, afirmou que o conteúdo da carta contém informações “inverídicas”.

O sindicalista explicou que as acusações do SindUte são “uma mentira atrás da outra”, considerando-as desprovidas de contrapartidas. Ele destacou que a Justiça comum deixou de julgar questões sindicais em 2023, e a ação foi encaminhada pela juíza, responsável pelo caso, à Justiça do Trabalho. “Essa  decisão reafirma o papel do Sindserj como representante exclusivo dos servidores de Juatuba, segundo a Constituição Federal, a Lei Orgânica do município e o Ministério do Trabalho”, disse.

Manifestação tumultuada


Geraldo Ricardo também criticou a manifestação realizada dentro da prefeitura pelos servidores da Educação. Como sindicalista, ele entende que a ação foi realizada de forma intimidadora e teriam assustado alguns servidores do prédio que estavam no local. “Uns gatos pingados do SindUte invadiram as dependências da prefeitura e as funcionárias do protocolo tiveram que correr e esconder em outras salas e banheiro. Ainda gritaram numa tentativa de ameaça ao prefeito Adônis e citaram também o prefeito eleito Ted”, declarou Geraldo.

Na ocasião, vários moradores se manifestaram em grupos de Wahtsapp apoio ao Sindserj e críticas ao SindUte. Um servidor público comentou que a carta aberta publicada pelo SindUte “parecia ter sido redigida pela equipe do Adônis”. Uma moradora, afirmou: “Para mim, em Juatuba, só tem um sindicato, que é o Sindserj. O SindUte caiu de paraquedas aqui na cidade”. Outro morador viu a manifestação como uma ameaça a Ted e pediu providências para “acabar com esse sindicato por definitivo” assim que ele assumisse a prefeitura.

Sindserj pede abertura de sindicância


Diante do ocorrido, o Sindserj protocolou um pedido na Secretaria de Educação para a abertura de sindicância contra cinco diretores do SindUte de Betim, que teriam “comandado a invasão ao prédio Prefeitura Municipal de Juatuba causando tumulto, impedindo a continuidade de serviços públicos essenciais oferecidos para a população de Juatuba”. Ele ainda complementou que teriam proferido palavras agressivas contra o atual prefeito municipal e ameaças ao prefeito eleito com os dizeres “sua hora vai chegar”.  

Questionamentos e pedido de revogação

Outro ponto crítico levantado pelo Sindserj é a legitimidade do convênio firmado entre a Prefeitura de Juatuba e o SindUte de Betim. De acordo com Geraldo Ricardo, o convênio viola o artigo 8º, inciso II, da Constituição Federal e a Lei Orgânica de Juatuba, que determina que o município tenha apenas um representante sindical para os servidores públicos.

“Portanto, a invasão do prédio público não pode ser entendida como legítimo direito de manifestação sindical, uma vez que foi orquestrado por líderes sindicais que não podem atuar no município”.

O Sindserj também alerta que esse ato de “invasão” que “atenta contra o prefeito municipal, bem como ameaças ao prefeito eleito configura a infração disciplinar de incontinência, má conduta ou mau procedimento”, conforme legislação, “passível de demissão”.
O Sindserj também pede atenção para o precedente que o convênio estabelece, permitindo que sindicatos de outras cidades se sintam autorizados a atuar em Juatuba, prejudicando o andamento dos serviços públicos. No pedido de revogação, o Sindserj argumenta que a atuação do SindUte na cidade foi um dos fatores que motivaram a manifestação e que essa “arruaça” só foi possível devido ao convênio firmado.