“Começamos por BH e vamos queimando de cidade em cidade até chegar em Formiga”. É esse o recado de criminosos que atearam fogo em um ônibus na madrugada da última terça-feira, 17, em Ibirité, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Além da depredação e do ato de vandalismo, os indivíduos reivindicaram melhores condições para os detentos de penitenciárias de toda a região. O “recado” em tom de ameaça foi deixado por dois homens que abordaram o coletivo em Ibirité. No texto, os suspeitos reclamam de maus-tratos em diversas unidades prisionais, mas citam, em especial, a unidade de Formiga, dizendo que os detentos e suas famílias estão sendo maltratados.
“Nossas famílias estão sendo maltratadas, e nós presos, estamos sofrendo uma covardia e vivendo de um jeito desumano, única forma de chamar a atenção de órgãos maiores foi essa, pois somos trancados e esquecem que somos gente”, dizia o bilhete.
Segurança dos municípios ameaçados
Nos principais percursos para Formiga, penitenciária em evidência no recado, estão pelo menos 20 cidades mineiras. Alguns exemplos são Itaúna, Mateus Leme, Juatuba, Pará de Minas, entre outras. A reportagem procurou autoridades policiais de Itaúna, Mateus Leme e Juatuba para saber se a informação teria chegado até a Polícia Militar e se os policiamentos nos municípios estavam sendo intensificados.
O Comandante da 9ª Companhia Independente da Polícia Militar de Itaúna, Major Alexsandro César de Souza, confirmou à reportagem que à princípio nenhum alerta emitido pelas autoridades, até porque se trata de informações sigilosas para não despertar insegurança e gerar o caos na sociedade. “Sobre a intensificação do policiamento, esta já tem sido realizada na cidade com reforços de Divinópolis da 7ª Cia Independente e do Curso de Formação de Soldados – CFSD”, pontua.
O tenente Marco Aurélio Máximo Dutra, responsável pelo 4° Pelotão da Polícia Militar de Mateus Leme, afirmou que o assunto foi amplamente divulgado na mídia e não tem, necessariamente, nenhuma ligação com o município de Mateus Leme. “Não há nenhuma informação nesse sentido. De qualquer modo, redobramos nossa atenção na cidade, mas nosso município a princípio não tem ligação alguma com esse episódio”.
Entramos em contato também com o Sargento Ricardo, integrante do 3° Pelotão da Polícia Militar de Juatuba e Florestal, no entanto, até o fechamento desta reportagem, não obtivemos retorno.
O Jornal de Juatuba e Mateus Leme procurou também a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública e questionou sobre a situação atual do presídio de Itaúna e de Juatuba, número de detentos e capacidade das unidades e sobre as ameaças. Até a publicação desta edição, não obtivemos retorno.