Ensinar o que sabe, compartilhar ideias e se aperfeiçoar para tornar o ensino ainda mais interessante e de qualidade. Fabíola Fonseca, professora de biologia da Escola Estadual Domingos Justino Ribeiro, em Mateus Leme, e Douglas Silva, professor de química da Escola Estadual Madre Carmelita, em Belo Horizonte, fazem parte de um grupo de 40 docentes selecionados, de todo o país, dentre 349 inscrições, para participar da Escola Sirius para Professores do Ensino Médio (Espem), organizada pelo Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas. Os educadores foram os únicos escolhidos de Minas Gerais, o que de fato, gera uma imensa responsabilidade para a categoria de professores da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Com duração de uma semana, a Espem foi financiada pelo CNPEM, uma organização social privada sem fins lucrativos que, sob a supervisão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, realiza trabalhos de pesquisa e desenvolvimento científico, em parceria com a Sociedade Brasileira de Física. Essa é a quinta edição do evento, sendo a segunda realização presencial abrangendo outras áreas da ciência, além da física.
“O evento nos atualizou e instrumentalizou em relação às tecnologias mais atuais nas diferentes áreas das Ciências da Natureza e, além disso, abordou tópicos que podem ser incorporados no dia a dia das aulas de ciências, tornando-as mais atrativas e próximas das tecnologias em pauta na atualidade”, destaca Douglas.
A Espem é uma oportunidade para que professores do ensino médio de todo o Brasil façam uma imersão sobre pesquisa e desenvolvimento de fronteira do CNPEM. O objetivo é levar ideias da ciência moderna para as salas de aula onde esses profissionais atuam e auxiliar na formação dos professores participantes e nas práticas de ensino e aprendizagem dentro e fora da sala de aula.
Fabíola e Douglas também são orientadores de projetos do Programa de Iniciação Científica na Educação Básica 2023, atuando nos Núcleos de Pesquisa de suas respectivas escolas. O Programa Iceb visa fomentar o protagonismo juvenil e o desenvolvimento de competências e habilidades inerentes à pesquisa. O foco é incentivar os estudantes a aprimorarem o processo de aprendizagem e a ingressarem no Ensino Superior.
“Foi um evento muito interessante, tivemos acesso a laboratórios de ponta do Brasil, conversamos com profissionais renomados, inclusive de fora do país. Foi uma experiência muito válida e prazerosa. Tenho certeza que algumas dessas experiências poderão ser, de alguma forma, aplicadas na educação básica, dentro de iniciação científica e alfabetização científica em Mateus Leme”, ressalta Fabíola.
A CNPEM possui laboratórios de 4ª geração que auxiliam nos estudos da ciência em áreas como nanotecnologia, Biologia, Física, Química, entre outras. Em todo o mundo, só existem três laboratórios como esse, o que torna o Brasil uma referência em ciência e tecnologia.
Orgulho dos diretores escolares
A Espem recebe inscrições de professores de Física, Química e Biologia das redes municipal, estadual, federal e privada de todo o país. Além de concorrido, o processo seletivo foi bastante exigente e detalhado. Dentre os documentos analisados para a seleção, estão o Currículo Lattes, que é o currículo de pesquisas desenvolvidas pelo profissional, tempo de atuação como docente, certificados e diplomas.
Foi aberto um edital e os interessados tiveram que escrever uma carta de intenção falando das motivações e possíveis resultados da participação. “Citei o trabalho que realizo na escola, que faço mestrado e tento aliar a pesquisa em ensino à prática docente, e que o evento poderia aproximar ainda mais os estudantes com as pesquisas feitas nesse centro, que é referência mundial, além de potencializar e instrumentalizar a abordagem interdisciplinar de diferentes temáticas”, conta o professor Douglas.
Para a professora Fabíola, foi uma grata surpresa ter sido selecionada para esse curso. “Significa muito ter esse acesso a laboratórios de ponta do país, além de todo suporte e conhecimento fornecidos pelo CNEM. Acredito ser uma das ferramentas importantes na ruptura de barreiras entre a pesquisa e a educação básica. Estou muito orgulhosa de representar o meu estado, meus colegas professores de Biologia e minha escola”, declara.
“A Fabíola é uma professora apaixonada pelo trabalho que faz, sempre busca novas tecnologias, ama a pesquisa e as aulas práticas. A participação dela no Espem veio como forma de reconhecimento pelo trabalho que desenvolve. Apenas dois professores de Minas foram selecionados. Orgulho para a escola ter uma professora como ela”, pontua Arilene de Sousa, diretora da Escola Estadual Domingos Justino Ribeiro, em Mateus Leme, em que Fabíola leciona.
Esse sentimento também é compartilhado por Maria Adélia de Andrade, diretora da Escola Estadual Madre Carmelita, em Belo Horizonte, em que Douglas dá aulas. “A gente sabe o quanto isso vai colaborar para o ensino de Ciências na escola e o quanto ele vai incentivar os alunos”, ressalta gestora.