Um grande movimento e diversas manifestações tomaram conta das ruas e da Câmara de Mateus Leme nesta semana. Novamente em pauta a educação, só que desta vez o tema é o projeto “Mãos Dadas”, do Governo Zema, que pretende municipalizar as escolas estaduais de do município.
O objetivo do projeto Mãos Dadas é ampliar a oferta dos anos iniciais do ensino fundamental, por meio da municipalização de escolas estaduais. A proposta consiste no repasse de recursos técnicos, materiais e financeiros aos municípios que desejarem aderir à iniciativa.
No entanto, as principais queixas entre os profissionais da educação, em relação ao projeto se referem à falta de diálogo prévio com as comunidades escolares e de aprovação da proposta por parte das câmaras, bem como eventuais prejuízos que a medida traria, como a demissão de designados e a transferência de despesas aos municípios.
Manifestação e invasão ao plenário
Após acordo com o Governador Romeu Zema (NOVO), o Prefeito Renilton Coelho (REPUBLICANOS), encaminhou a proposta na semana passada ao legislativo, para ser apreciada e votada ainda no início desta semana. Mas a reunião que seria para discutir e votar o projeto “Mãos Dadas”, precisou ser remarcada para sexta-feira (06), devido a intensa manifestação de profissionais da educação, que tentaram invadir o plenário da Câmara, com palavras de ordem, com o intuito de pressionar os vereadores. Participaram da reunião representantes do Sind-Ute estadual, a Deputada Estadual Beatriz Cerqueira (PT) e educadores de Mateus Leme e Juatuba.
A manifestação acabou na porta do legislativo, com diversas faixas e cartazes criticando a falta de diálogo da prefeitura com os educadores e se colocando contra a municipalização das escolas.
Sind-Ute Minas entra na briga
A discussão do tema ficou tão tensa no município, que os representantes do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais, tiveram que se manifestar contrários ao projeto de municipalização do 6° aos 9° anos das escolas estaduais de Mateus Leme, encaminhado às pressas ao legislativo.
“A municipalização das escolas atinge em cheio os educadores. Ela provoca o desemprego dos designados, redução dos salários das professoras de primeiro ao quinto ano, que perdem a exigência curricular quando são reaproveitadas pelo município, provoca a superlotação das escolas municipais e tudo que o governo estadual promete aos municípios ele não tem condições de honrar. Além disso, o governo do estado não explica corretamente o projeto, não explica quando chegarão os recursos e o custo aluno calculado pelo governo do estado é menor muitas vezes que o calculado pelo município”, diz Denise de Paula Romano, coordenadora geral do Sind-Ute MG.