As queimadas têm se tornado um problema crescente em diversas regiões do Brasil, principalmente durante o período de estiagem. Com o tempo seco e a falta de chuvas, os incêndios se espalham rapidamente e trazem sérias consequências para a saúde da população e para o meio ambiente.
A situação tem se agravado também em Minas Gerais e na região metropolitana. Esta semana, moradores do bairro Veredas da Serra, em Juatuba, compartilharam registros de um incêndio de grandes proporções que assustou quem vive na região. Nas imagens, é possível ver labaredas consumindo parte da vegetação de uma área próxima à Estação da Copasa, na Avenida A. A vizinhança ficou em alerta com o risco de as chamas alcançarem as casas nas redondezas. “O bairro Veredas da Serra está em chamas devido a um incêndio criminoso. Muitas casas e famílias estão em risco”, dizia a legenda da publicação.
Este tipo de incidente é reflexo de um problema maior que assola não só Juatuba, mas diversas regiões do Estado. O monitoramento precisa ser constante principalmente em municípios com grande extensão de área rural ou parques florestais, que facilitam a propagação do fogo. Além de destruírem o meio ambiente, os incêndios também colocam em risco a saúde pública. A fuligem provocada pela fumaça, produz partículas extremamente pequenas, identificadas como PM2,5 que penetram profundamente nos pulmões e até mesmo no sistema circulatório. Além da queimada, essas partículas também podem surgir da queima de combustíveis fósseis e atividades industriais.
Segundo dados da IQAir, plataforma que monitora a qualidade do ar globalmente, Juatuba registrava nesta quinta-feira, 29, 15,4* µg/m³ de concentração de PM2,5. O valor é 3,1 vezes superior ao limite anual recomendado pela Organização Mundial da Saúde. A exposição prolongada a esse poluente pode agravar condições respiratórias e cardiovasculares, além de aumentar a mortalidade em grupos vulneráveis.
Minas Gerais em alerta
De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, este ano, o estado registrou 4950 focos de incêndio até a última quinta-feira, dia 28. O número representa um aumento de 79% em relação a 2023, com 2.751 casos.
Minas Gerais ocupa o nono lugar entre os estados brasileiros com o maior número de queimadas, embora esteja bem distante do líder Mato Grosso, que registrou 23.192 focos de incêndio até o momento. Segundo autoridades, na maioria dos casos, os incêndios são provocados de forma intencional, para limpeza de terrenos e identificar os responsáveis tem sido um desafio.