Rateio do Fundeb é aprovado depois de muita polêmica em Mateus Leme

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Enquanto os professores do estado continuam em parali­sação pela aprovação do paga­mento do piso salarial para a Educação, os profissionais de Mateus Leme respiram alivia­dos após a aprovação por una­nimidade na Câmara, do Pro­jeto de Lei que autoriza o rateio do Fundo de Manuten­ção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valoriza­ção dos Profissionais da Edu­cação (Fundeb).

O projeto do prefeito foi encaminhado poucos dias após a decisão da primeira Câmara do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais, que determinou a suspensão do pagamento de despesas de saúde de Mateus Leme, que estavam sendo feitas pela pre­feitura com recursos do Fun­deb. Os gastos dos recursos foram descobertos pelo TCE, com base nos dados contidos no Sistema Informatizado de Contas dos Municípios – SICOM. A plataforma apontou que de janeiro a dezembro de 2021, a Prefeitura de Mateus Leme gastou aproximada­mente R$ 170 mil em serviços de saúde e assistência médico­-hospitalar com verba do Fundo de Educação Básica.

Com decisão, o prefeito Dr. Renilton foi advertido e, caso não cumprisse a determinação, poderia receber multa, uma vez que a utilização indevida de recursos do Fundeb, em despesas que não são conside­radas como de manutenção e desenvolvimento da educação básica, evidencia afronta à Lei Nacional 9.394/1996.

Base reprova emenda

Mesmo com o pagamento assegurado, os servidores terão que aguardar mais um tempo pare receber. Isso porque os vereadores, José Ronaldo, Ade­laide Siqueira, Chico da Venda, Lúcio Madureira, Paulo Cezi­nha e Wolney Barão votaram contrários à emenda que con­siderava o repasse imediato aos servidores. A proposta foi der­rubada pela maioria com a alegação de que “a emenda chegou de surpresa e não houve tempo para que fosse apreciada”. A única a se mani­festar contrária à votação foi a vereadora Irene de Oliveira, pois, segundo ela, quem votou contra a emenda “é contra os interesses dos professores. “Quem votou contrário está deixando os profissionais à mercê da vontade do prefeito, para que ele pague na data que ele bem entender”.

Com a recente aprovação e sanção da matéria, o primeiro projeto aprovado pela Câmara que garantia o rateio, será extinto. Na sequência, com o pagamento, a ADI e também a Ação Civil pública perderão efeito jurídico e serão arquivadas.

Relembre o caso

A luta dos educadores come­çou em outubro de 2021, quando diversas cidades da região aprovaram projetos autorizando a distribuição das sobras do Fundeb entre os pro­fissionais da educação.

Na época, o vereador Aldair Guimarães apresentou projeto que foi aprovado pela maioria na Câmara e em seguida vetado pelo prefeito Renilton Coelho. De volta à Câmara, o veto foi derrubado, mas o prefeito ainda entrou na Justiça com uma Ação Direta de Inconsti­tucionalidade (ADI), decla­rando a lei inconstitucional.

Sem a possibilidade de entrar com um mandado de segurança, devido a tramitação da ADI, o Sindicato dos Servidores Públicos de Mateus Leme, Sindserp, entrou com uma Ação Civil Pública, para garantir o direito dos servido­res da Educação.

Em uma tentativa de mos­trar a representatividade e a força dos educadores do município, os profissionais se reuniram e fundaram a Asso­ciação dos Trabalhadores em Educação de Mateus Leme, com o objetivo de cobrar do prefeito o pagamento do Fun­deb. As denúncias e luta da classe levou o TCE a desco­brir o uso de recursos do Fundeb, na área da saúde, o que é irregular, de acordo com a legislação federal.

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