Um trabalho autoral, feito a poucas mãos e que retrata questões de saúde mental e alguns transtornos, como a dissociação. Esse é o conceito da Fanzine Simbiose, com roteiro do juatubense Victor Lopes e ilustração Camyla Cunha. O evento teve a participação de editores, publicadores, coletivos criativos e pequenas editoras com seus Fanzines especiais. A Mostra também contou com a apresentação do grupo Quarteto de Sala e das bandas: Diastema (OP), Vultor (OP/BH) e Final Trágico (OP).
O primeiro trabalho dos artistas foi lançado na 7ª edição da Mostra Grampo de Fanzines e Publicações Independentes na cidade de Ouro Preto. A ideia da dupla é produzir três zines e ao final da trilogia, lançar um quadrinho. De acordo com o roteirista Victor Lopes, a tiragem inicial da Fanzine foi de 20 exemplares, sem apoio financeiro, por meio de um projeto totalmente independente. “Essa primeira tiragem é o que irá garantir a tiragem nova de 100 exemplares que sairá em breve”, adianta.
“Minha paixão com os quadrinhos surgiu em 2016, comecei a pesquisar quadrinhos em 2017 levando um projeto para a feira mineira de iniciação científica, mas comecei efetivamente a escrever simbiose no início desse ano”, pontuou o roteirista.
Já de acordo com Camyla Cunha, “a experiência da MOSTRA GRAMPO foi única, principalmente pela oportunidade da coletividade e a forma de transformar nossa arte em algo possível”, afirma Camyla.
O roteirista
Embora tenha nascido em Betim, o jovem Victor Lopes, de 22 anos, morou grande parte de sua vida no bairro Samambaia, em Juatuba, mas atualmente transita entre BH, Juatuba e Mateus Leme, por causa dos projetos e da faculdade. Victor é estudante de Filosofia pela UFMG, roteirista de histórias em quadrinhos, produtor cultural e trabalha em diversas etapas dentro do cinema.
Victor Lopes trabalha na equipe de produção da produtora belo-horizontina Ponta de Anzol filmes, onde desenvolve projetos, faz assistência de produção e ajuda na distribuição de filmes.
A ilustradora
Camyla Cunha, tem 21 anos, faz Artes Visuais pela UEMG, é de origem cearense e atua como ilustradora profissional em Belo Horizonte. Segundo a artista, o quadrinho é a “personificação da arte como forma de expressão e liberdade, procurando através da sua visão artística e perspectiva de mundo comunicar sentimentos muitas vezes considerados negativos e reprimidos”.
Como adquirir
Os quadrinhos podem ser adquiridos diretamente com os produtores do conteúdo, por meio dos instagrans: @victor.lope.s e @camyla.cunha. Questionados sobre os valores do trabalho, os artistas explicaram que os valores serão exibidos em breve, quando for impresso em maior escala, por uma gráfica. “Publicar de forma independente de editora é ter esses preços mudando recorrentemente de gráfica para gráfica, então fica incerto os preços das próximas tiragens”, finaliza Victor.
Mais representatividade nas Artes
Outro artista juatubense que está fazendo sucesso fora dos limites do município é Eustáquio Neves. O Sesc Belenzinho, em São Paulo, está recebendo este mês a mostra Dos Brasis – Arte e Pensamento Negro, a mais abrangente exposição dedicada exclusivamente à produção de artistas negros já realizada no país.
A exposição apresentará ao público trabalhos em diversas linguagens artísticas como pintura, fotografia, escultura, instalações e videoinstalações, produzidos entre o fim do século XVIII até o século XXI por 240 artistas negros, entre homens e mulheres cis e transgêneros, de todos os Estados do Brasil.
A proposta curatorial rompe com divisões como cronologia, estilo ou linguagem. Para esta exposição de arte preta, não cabe a junção formal, estilística ou estética. A boa notícia é que a partir de 2024, uma parte da mostra circulará em espaços do Sesc por todo o Brasil pelos próximos 10 anos.