No início desta semana, o Jornal de Juatuba e Mateus Leme recebeu denúncia de que “estavam ocorrendo maus-tratos na Escola Municipal Juquita Firmino, em Juatuba”. Sem se identificar e por meio de mensagem, um cidadão encaminhou à reportagem um depoimento dizendo que supostamente “o diretor da escola, Wesley Silva, coloca os alunos em um paredão, de mãos para trás e quando começam a chorar, ele dá bons gritos, mandando os alunos a engolir choro e quando o aluno questiona, manda também não respirar”.
A mesma pessoa que encaminhou a denúncia afirma que “o diretor tem o perfil de ser enérgico, faz a linha cívico militar, por isso não duvidou do relato”. Segundo o cidadão, a denúncia foi encaminhada para o Conselho Tutelar. Com base na informação, a reportagem entrou em contato com o Conselho Tutelar de Juatuba, que confirmou ter recebido a mesma denúncia e que o diretor foi acionado para prestar esclarecimentos, no entanto, “não poderia dar detalhes sobre o depoimento e o caso”.
A reportagem entrou em contato também com a Secretária de Educação, Denise Navarro, que emitiu uma nota de repúdio com relação ao compartilhamento da suposta denúncia, que segundo ela, é falsa. “A Secretaria Municipal de Educação torna público seu total e completo repúdio às acusações infundadas que caem sobre o diretor da Escola Municipal Juquita Firmino, Wesley Silva. Reiteramos que o professor Wesley possui mais de 20 anos de docência no Ensino Fundamental, Ensino Médio, Ensino Técnico e Educação Superior, prestando serviços de relevância nas Prefeituras de Contagem, Ibirité e na Secretaria Estadual de Educação, e não existe nenhum tipo de ação que desabone sua conduta ética, respeitosa e disciplinar nos ambientes que frequentou”, diz secretária.
Ainda em nota, a Secretária de Educação pontuou que tais denúncias são fruto de imaginação torpe e vil que serão combatidas com o rigor da lei e que a comunidade escolar se mostrou perplexa com as falsas acusações. “Corpo Diretivo da Escola Municipal Juquita Firmino cumpre e faz cumprir o Regimento das Escolas Municipais de Juatuba que prezam pela Disciplina e uma Inclusão verdadeira nas Escolas”, finalizou.
Diretor se posiciona
À reportagem o diretor também encaminhou uma nota acompanhada de um documento assinado por servidores da escola repudiando o que segundo ele é uma denúncia que “ultrapassa o limite do absurdo”.
“Corpo Diretivo repudia essas ações nefastas que somente tumultuam o ambiente escolar, fazendo com que a direção se ausente da escola para responder esses impropérios frutos de ilação onírica”, diz a nota de Wesley.
O documento que acompanha a nota contém um abaixo-assinado com os servidores que trabalham na escola, pontuando que nenhuma situação parecida foi verificada por eles. Ao todo, 17 profissionais assinaram o documento, dentre eles, secretárias escolares, professores, pedagoga, monitoras e agentes escolares.
Mães de alunos defendem diretor e dizem que “ambiente escolar melhorou”
O Jornal de Juatuba e Mateus Leme também ouviu algumas mães e parentes de alunos e questionou se os estudantes já reclamaram de qualquer ato de maus-tratos dentro da escola. E por unanimidade, os responsáveis pelas crianças afirmaram que nunca ouviram qualquer reclamação parecida e que, pelo contrário, após a mudança na direção da escola, melhorias foram feitas e a disciplina dos alunos melhorou.
Eliene Oliveira, mãe de uma aluna do 4º ano, diz que sua filha de nove anos nunca relatou algo parecido e, se acontecesse algo de anormal, ela contaria. “A escola melhorou muito depois que o diretor Wesley assumiu; não só fisicamente, agora temos uma pequena quadra para que os alunos possam fazer Educação Física, já que a quadra da escola está para retomar as obras, O comportamento dos alunos já melhorou mais de 50%. Pequenos reparos na escola estão visíveis de se ver”, pontuou.
Moradora da comunidade, Zelita Gomes da Silva Mendes, que é mãe de uma menina do 9º ano, tia e prima de aluno e ex-aluna da escola, revela que participa de um grupo de WhatsApp com diversos pais e que nele pode ser encontrar diversos elogios à direção da escola. “Não acredito nesta denúncia, pelo contrário, minha filha e seus colegas dizem que até os palavrões, gírias e atritos não existem mais na escola. E o relato dela é muito relevante já que é uma menina disciplinada. Ela está super satisfeita com o diretor”.
Segundo Edilaine de Oliveira, que é mãe de três crianças que estudam na escola antes do diretor assumir, ficava viatura da polícia na porta do educandário quase todos os dias e agora não precisa mais. “Até onde eu estou sabendo não está tendo briga mais na escola; a escola virou outra, e se continuar do jeito que está, eu acho que o Juquita Firmino vai virar referência. As notas das crianças estão melhorando, os alunos estão disciplinados, viraram outros; o diretor está de parabéns, está fazendo um excelente serviço”.
Edilaine critica também a postura do denunciante, eu não quis revelar sua identidade. “Por se tratar de uma séria denúncia como esta, que pode acabar com a vida profissional de uma pessoa, o mínimo que a pessoa que denunciou deveria fazer é revelar sua identidade. Dois dos meus filhos são especiais e nunca falaram nada neste sentido, se tivesse ocorrendo algo fora do normal eles falariam”, finalizou.
