Nesta semana, o cenário da educação em Juatuba ganhou ainda mais repercussão com uma disputa entre o Sindicato dos Servidores Públicos de Juatuba (Sindserj) e o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sindi-Ute), que representa a educação no município. As tensões, que começaram com paralisações e manifestações, agora envolvem acusações entre os líderes das entidades.
O SindUte publicou uma carta aberta em resposta às críticas feitas em vídeo pelo presidente do Sindserj, Geraldo Ricardo. No comunicado, a entidade expressa sua oposição ao que chamam de “ataques reiterados” do presidente do Sindserj contra seus diretores e contra o direito de representação dos trabalhadores da educação. O sindicato destacou que essa não foi a primeira vez que o presidente do Sindserj se manifestou com “injúrias e difamações” contra a entidade. Segundo eles, até agora, SindiUte havia optado por não reagir a esses ataques”, mas afirma que, dessa vez, “estuda medidas judiciais” para lidar com a situação.
A carta aberta responde diretamente às alegações do presidente do Sindserj em vídeos publicados nas redes sociais, onde ele questiona a legitimidade do Sindi-Ute como representante da educação em Juatuba. Em relação a essa acusação, o Sindi-Ute esclarece que sua atuação é respaldada por sua carta sindical e que, com mais de 45 anos de história, possui a legitimidade necessária para representar os trabalhadores da educação do município.
Segundo o Sindi-Ute, a escolha de sua representação pelos trabalhadores da rede municipal foi uma decisão dos próprios profissionais, que não se sentiam adequadamente representados pelo Sindserj.
Outro ponto abordado foi a acusação de que a representação sindical da educação em Juatuba foi uma decisão intermediada pela prefeitura e pela Secretaria de Educação. O Sindi-Ute nega essa afirmação e garante que todos os seus atos de representação foram formalizados e registrados, sem qualquer interferência externa.
Quanto à localização da sede, o sindicato explica que sua organização permite que existam sedes regionais em municípios estratégicos, como Betim, de onde a subsede atua para representar Juatuba e outras cidades. Segundo o comunicado, essa estrutura não impede o atendimento e a representação efetiva dos trabalhadores em educação do município.
O sindicato também se defendeu das críticas sobre sua atuação desde que assumiu a representação dos profissionais da educação em Juatuba, em agosto de 2022. Destacou conquistas obtidas nesse período, como a aprovação do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) da educação, e o papel que desempenhou na comissão de revisão do Estatuto do Funcionalismo. De acordo com o SindiUte, essas conquistas contribuíram para a retomada do direito ao quinquênio e às férias-prêmio, direitos que voltaram a beneficiar os servidores da educação em Juatuba.
O sindicato também rebateu as acusações de apoio a um candidato específico à prefeitura de Juatuba. Segundo a entidade, não há provas que sustentem essa alegação, e a participação da entidade no debate com os candidatos foi estritamente baseada na assinatura de uma carta compromisso com a educação, que o atual prefeito não assinou.
Outra crítica respondida pelo SindiUte foi a sugestão do presidente do Sindserj para que houvesse corte de ponto dos professores e servidores que aderiram às paralisações. Em resposta, eles afirmam que essa recomendação demonstra um posicionamento contrário à defesa dos direitos dos trabalhadores e ao papel que se espera de um representante sindical.
Além disso, o SindiUte comentou sobre a ação judicial movida pelo Sindserj em junho de 2023, que buscava impedir a filiação dos trabalhadores da educação à entidade. Segundo o comunicado, a Justiça local rejeitou a ação, afirmando que a competência para avaliar o caso é da Justiça do Trabalho, onde tramita. Por fim, o sindicato informou que não tolerará mais ataques e que está estudando medidas legais para proteger sua atuação e garantir que os profissionais da educação recebam a representação que merecem.