Superlotação e falta de higiene revoltam pacientes de Juatuba durante transporte para hemodiálise

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A situação do transporte de pacientes de hemodiálise em Juatuba deu o que falar esta semana. Tudo começou após o jornalista Edivaldo Batista, que também é paciente renal crônico, compartilhar um vídeo mostrando as condições precárias em que os pacientes estavam sendo transportados na última segunda-feira (16). “São cinco pessoas amontoadas em uma ambulância que mais parece um chiqueiro, tamanha a sujeira”, descreveu Edvaldo em uma postagem que rapidamente viralizou nas redes sociais.

O grupo estava sendo levado, como ocorre três vezes por semana, para Betim para fazer o tratamento. No entanto, dessa vez, em vez das vans e micro-ônibus que costumam ser utilizados, os pacientes foram transportados em uma ambulância do município.  “O micro-ônibus e o carro estragaram e por isso levaram todo mundo na ambulância”, explicou.

Em conversa com a nossa reportagem, ele disse que o veículo estava visivelmente empoeirado e sujo. “A prateleira estava amarelada nos cantos, pura poeira. Se passar o dedo, risca. Eles dizem que a ambulância estava limpa, mas não estava. Coloquei minha bolsa na prateleira e ela ficou toda suja”, relatou, reforçando que a limpeza deveria ser feita após cada viagem, o que claramente não ocorre.

Edivaldo, que há 18 anos faz tratamento de hemodiálise, destacou a gravidade da situação, lembrando que pacientes renais crônicos possuem imunidade extremamente baixa. Qualquer exposição a ambientes insalubres pode desencadear sérias complicações de saúde. “A assepsia da ambulância em Juatuba é feita de vez em quando, e com nossa imunidade baixíssima, podemos contrair viroses ou outras doenças. Não podemos ser transportados em condições como essa”, afirmou.
Ele ressaltou que a mesma ambulância usada para transportar pacientes renais também é utilizada para outros tipos de transporte, incluindo pacientes com doenças infecciosas. “Estamos expostos a riscos desnecessários em veículos que carregam pacientes com todo tipo de doença”, disse o jornalista.

A superlotação, a falta de cinto e o desconforto na condução dos pacientes, também foram relatados. Edvaldo contou o caso de uma senhora que dependia de um cilindro de oxigênio 24 horas por dia e, mesmo assim, foi colocada na ambulância junto com outros cinco pacientes, todos sem cinto de segurança. “Estávamos lá atrás sentados, espremidos, sem cinto de segurança. Isso é um risco enorme”, disse ele.

Segundo o jornalista, a situação chegou a esse ponto devido à falta de manutenção adequada nos veículos da frota municipal, que estragam, mas não são consertados. “Uma das vans estava parada só por causa das pastilhas de freio, e a peça custava menos de 100 reais”, afirmou.

A postagem do jornalista viralizou e, segundo ele, a prefeitura agiu e finalmente realizou o reparo da van. “Depois que fiz o vídeo e divulguei, eles compraram a pastilha de freio e consertaram a van”, relatou. No entanto, ele salienta que ainda há outros veículos aguardando reparos. “Tem uma Doblô parada há quase um ano, e outra van de dois a três meses”, disse.