Nas últimas edições, o Jornal de Juatuba e Mateus Leme tem mostrado a situação de caos e alerta nas estradas vicinais dos municípios em virtude do início do período chuvoso. Porém, o cenário que era ruim tem se tornado ainda pior e os problemas que eram vistos apenas em bairros mais afastados do centro, já chegaram a regiões próximas às áreas centrais das cidades.
As reclamações de motoristas de caminhão e produtores rurais são recorrentes e eles já contabilizam grandes prejuízos em decorrência impossibilidade de escoamento dos produtos agropecuários, principalmente na região de Serra Azul.
Na última semana, oradores foram até as redes sociais pedir socorro diante da impossibilidade de o ônibus de Serra azul, que faz o horário das 6 da manhã, chegar ao destino final. O coletivo teve a viagem interrompida por causa de um atoleiro na principal via de acesso à comunidade. Uma das fotografias encaminhadas à reportagem, mostra o ônibus sendo rebocado por um trator. Muitos relatos apontam também o risco de transitar no local a pé e histórias de quedas de pedestres. Há ainda relatos de lama nas estradas de Boa Vista e Varginha.
Risco de casa ser engolida por erosão aterroriza família no Satélite
Moradores afirmam que já “realizaram vários protocolos na prefeitura pedindo socorro, que as máquinas passam na rua, mas ninguém toma atitude”
Uma casa está quase sendo ‘engolida’ pela erosão na Avenida Getúlio Vargas, em frente ao número 200, no bairro Cidade Satélite, em Juatuba. Os moradores acionaram a reportagem para denunciar “o descaso e a falta de compromisso do poder público com a população”. A cratera que começou a se abrir em 2020, após intervenções para escoamento da água da chuva pela própria prefeitura, cresceu após as últimas chuvas.
De acordo com a moradora de uma das residências próximas ao buraco, a situação está causando medo nos moradores e um poste próximo, começou a tombar. “Essa situação começou em 2020, quando a prefeitura fez obras de escoamento da água da chuva de todas as ruas próximas para este local e não fez contenção ou colocou manilhas. A obra começou malfeita, não foi terminada e o resultado está aí: nossas casas quase sendo engolidas pelo buraco”, relata Celma da Penha Evangelista Silva.
Ela ressalta que com as últimas chuvas, o buraco ficou a cerca de cinco metros próximo à sua casa. “Isso é negligência. Moramos eu e minha irmã no local e estamos correndo risco de vida. O que vamos fazer? Esperar nossas casas serem engolidas pelo buraco? Quem vai se responsabilizar por isso”, questiona.
Celma afirmou que tem em mãos diversos protocolos que não foram atendidos pela prefeitura e que a Defesa Civil foi acionada para fazer uma análise do local, mas até o momento não compareceu à rua.
“A preocupação é tão grande que fomos atrás de vereadores e da Secretaria de Obras, mas até o momento estamos aguardando. Também me encontrei com a vice-prefeita Célia e ela me disse que o prefeito não tinha conhecimento dessa obra, mas que iria mandar avaliar a situação. Enquanto eles não tomam atitude, continuamos apreensivos, vendo esse rio de água da chuva passando na rua e a cratera abrindo cada vez mais”, finalizou a moradora.
Outro ponto que também apresenta erosão, segundo relatos feitos à reportagem, fica na Avenida Juscelino Kubitscheck, no bairro Cidade Satélite, próximo à saída para a MG-050, ao lado da Estação de Tratamento de Água (ETA) da Copasa.
“Secretário não tem compromisso com a cidade”, diz vereador
As reclamações não vieram apenas de moradores. Na reunião da Câmara, os vereadores se queixaram da atuação do Secretário de Infraestrutura de Juatuba, com relação à execução de obras durante o período chuvoso. “Para mim, esse secretário não tem compromisso com a cidade. E vai meu recado para o prefeito: errar é humano, mas persistir no erro é burrice. Se esse senhor não está cumprindo com seu papel, é melhor chamar outro”. Essa foi a fala do vereador Messias Leão, durante a reunião da Câmara, ao se referir à “má prestação de serviço” do secretário de Obras, Michelangelo Saliba.
Messias pontuou também que por ele não fazer parte da base do prefeito, o secretário não atende às suas ligações ou pedidos. “Ele não coloca o pé na lama, apenas passa de carro pelas obras. Ele tem que atolar o pé conosco nas ruas e ver o que o cidadão passa. Além disso, a gente quase não o vê por aqui. Devo lembrar que o pedido não é do vereador e sim da população”, destaca.
“Se tivessem feito um passeio na Rua Belo Horizonte a população não precisaria dar volta distante para chegar ao Centro. Outro ponto é o prejuízo que os comerciantes estão tendo nesse período, ninguém quer atolar o carro para chegar até o comércio deles. A prefeitura não tem nenhum planejamento para essas regiões. Jogar terra em buraco não adianta. Esses locais precisam de um zelo maior e a população merece respeito”, completa Messias.
Corpo de Bombeiros realiza simulado de risco
Para discutir soluções e planejar ações efetivas de apoio aos atingidos pelas chuvas, o Corpo de Bombeiros organizou reunião com a Polícia Militar, Defesa Civil e Assistência Social de Juatuba. O objetivo principal foi estruturar melhor os serviços, principalmente para os próximos dias, que serão chuvosos. Na última semana houve simulação de atendimento ao cidadão e os moradores foram instruídos sobre as formas de prevenção e ações em situações de risco, bem como os contatos em casos de emergência.
Participaram das instruções os bombeiros do 2º Batalhão Tenente Reis, Tenente Sandro, Tenente Pedro Gonçalves, Sargento Dimas, Sargento Filho, Cabo Wesley, soldado Passos e os Soldados PM Alex e Estevão. Acompanharam os trabalhos, os servidores municipais da Secretaria de Assistência Social e Defesa Civil de Juatuba.
Um plano de apoio mútuo está sendo construído para nortear os trabalhos e a Defesa Civil ampliou os trabalhos por meio de um número de Plantão 24h. Em caso de ocorrência de alagamentos, deslizamentos ou outras adversidades, moradores podem solicitar auxílio pelos telefones da Defesa Civil: 199 / 9 92961307 / 991946535 / 9 91911888 / 9 96835610; Do Corpo de Bombeiros (193), ou para a Polícia Militar (190).