As chuvas que caíram em Juatuba no final de semana, relembraram a grande preocupação dos moradores de alguns pontos da cidade que se transformam em verdadeiras lagoas. Além das inundações em diversos bairros, foram muitos os estragos causados pela tempestade de granizo. A forte chuva levou lama e sujeira para as residências e estabelecimentos comerciais e nos dias que se seguiram, o cenário de desolação foi compartilhado em fotos e vídeos nas redes sociais.
Uma das publicações apontam a Rua Marcelina Lopes, em Francelinos, se transformando em um rio. O local mais atingido foi próximo ao número 378, na residência de Glaidson Junio. Morador de Juatuba há 13 anos ele afirma que o problema começou após a construção de alguns prédios na rua. “Essa situação ocorre toda vez que chove, depois que construíram os prédios e fecharam a saída de água. Já pedi ajuda a vários vereadores e até hoje não resolveram nada. O prefeito também esteve aqui na época da campanha eleitoral e já está por dentro da situação”, conta.
Glaidson diz que a rua tem apenas uma saída de água, que é jogada em um lote vago. “Não existe captação pluvial. Temos apenas uma canalização que joga a água da rua para um terreno particular. Mesmo assim, a saída é muito pequena e quando chove, temos que ir até o muro e desentupir. O problema é que a água de duas ruas vem toda para cá e, por isso não conseguimos entrar ou sair de casa. Ficamos ilhados. Já tivemos diversos prejuízos com a enxurrada invadindo nossa casa”. Ainda segundo Glaidson, reclamações também foram feitas junto à prefeitura, que prometeu “uma avaliação criteriosa do local”, mas até o momento não apareceu.
Medo de novas enchentes
O problema dos estragos provocados por fortes chuvas em Juatuba é antigo. Ainda está na memória de muitas pessoas a enchente do Ribeirão Mateus Leme em janeiro de 2016, quando 44 residências ficaram alagadas e cerca de 20 famílias foram regatadas pelo Corpo de bombeiros. Na época, a cidade chegou a decretar estado de calamidade pública.
O maior medo dos Juatubenses é que a situação se repita, já que o mês de outubro foi o mais chuvoso desde 2009, quando houve recorde histórico de precipitação, cerca de 344,3 mm em 31 dias. Os moradores alertam também que em 2016, bastou pouco tempo de chuva para que o Centro, os bairros Canaã, Cidade Nova 1 e 2 e Francelinos ficassem debaixo d’água. Segundo eles, as fortes chuvas se juntam aos serviços mal feitos de captação pluvial e aos bueiros entupidos, por causa do excesso de lixo nas ruas.
Cheia do Rio Paraopeba
A cheia do Rio Paraopeba também nunca deixou de ser preocupação para a população ribeirinha. Esta semana, um morador da divisa de Juatuba e Betim, gravou um vídeo mostrando a vasão do Rio e a força das águas, além de fazer um alerta à população que mora próximo ao leito.
Defesa Civil de prontidão
De acordo com os técnicos do serviço de meteorologia, o período das chuvas está adiantado e a situação é preocupante para as chamadas áreas de risco. Em Mateus Leme, a Defesa Civil já está realizando campanhas informativas pelas redes sociais. Juatuba segue fazendo ações preventivas de avaliação nos leitos dos rios e colocando placas nas áreas de risco.
Apesar da movimentação do poder público, os moradores cobram das administrações medidas mais efetivas como o desentupimento de bueiros, melhorias na captação pluvial e limpeza dos leitos dos rios que cortam as duas cidades, o que ainda não foi feito.
Segundo orientação da Defesa Civil, em caso de fortes chuvas como aconteceu no final de semana, estão em maior risco pessoas que residem em locais de vulnerabilidade, como encostas e margens de rios, onde há perigo de enchentes, alagamentos e desmoronamento. O serviço trabalha em parceria com inúmeros órgãos como o Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar, a Polícia Civil, grupos religiosos, além de representantes de entidades empresariais e setores da administração.
A Defesa Civil de Mateus Leme atende pelo telefone 3537-5800 e Juatuba disponibiliza atendimento de emergência 24h, pelos telefones: 99296-1307/ 99194-6535/ 99191-1888 e 99683-5610.
