Vereadores de Juatuba aprovam crédito suplementar de quase R$39 milhões

Valor será utilizado para construção das sete Unidades Básicas de Saúde e ampliação da Farmácia de Minas

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Juatuba recebeu quase R$39 milhões dos R$ 116 milhões pagos pela Vale em consequência da tragédia de Brumadinho. Esta semana, os vereadores aprovaram por unanimidade, em reunião ordinária, um projeto de abertura de Crédito Especial Suplementar por excesso de arrecadação dos recursos da Vale, que foram confirmados pelo governo do estado.

O primeiro valor do projeto corresponde a R$1,6 milhão, que será utilizado exclusivamente, para a compra de terrenos para construção de unidades básicas de saúde no município.

O segundo, é de R$36.790.653,33, para a construção das sete Unidades Básicas de Saúde e ampliação da Farmácia de Minas. O Projeto trouxe apenas o valor da suplementação, sem citar onde serão construídas as unidades e nem o valor de cada uma.

Pelas redes sociais

Em um vídeo pelas redes sociais, o prefeito afirmou que a primeira UBS será construída na Rua Três Marias, no bairro Serra Azul. Outra unidade será construída no Canaã, mais precisamente na região do Bela Vista, onde a prefeitura paga aluguel de um imóvel. Além dessas obras, Adônis citou a construção de uma UBS no Satélite, Cidade Nova I e no bairro Maria Regina. De acordo com o chefe do executivo municipal, se sobrarem recursos, as definições de aplicação “serão resolvidas junto ao Ministério Público Estadual, já que as obras foram determinadas em acordo judicial junto à Vale”.

Valores reajustados

Recentemente, em Juatuba, a Vale sugeriu destinar R$ 12 milhões para construir cada uma de sete Unidades Básicas de Saúde previstas, o que foi avaliado pelo prefeito Adônis Pereira como descabido, em uma entrevista ao Jornal o Tempo.

“O valor da UBS, na planilha da prefeitura é de R$ 1,6 milhão. Só que a Vale está falando em R$ 12 milhões cada uma. Com R$ 12 milhões, eu quase faço as sete que preciso”, afirmou Adônis.

Ainda de acordo com o prefeito, os líderes de outras cidades estavam sem entender a postura adotada pela mineradora. Segundo ele, a diferença de R$ 1,6 milhão para R$ 12 milhões é superior a 500%.

“Está todo mundo assustado, sem entender se a Vale quer tumultuar para ganhar tempo ou se não quer fazer as obras e entregá-las prontas. Com esses valores absurdos, não autorizo nenhuma obra no município, porque não sei como vai ser o dia de amanhã”, afirmou.

Se fosse levado em consideração os valores iniciais propostos pela Vale, as obras dos sete postos de Saúde ficariam em mais de R$84 milhões. Após os prefeitos baterem o pé e questionarem o valor proposto pela mineradora, a diferença ficou em menos 500%.

Aumento no Índice de suplementação

Como a destinação dos recursos da Vale aumentou significativamente a arrecadação anual do município, o prefeito também precisou encaminhar à Câmara, um Projeto de Lei que aumenta em 10% a despesa total fixada no orçamento de Juatuba. A medida anula as dotações orçamentárias aprovadas no final de 2022, passando a valer a atual dotação com a arrecadação dos recursos provenientes de repasse da Vale. O projeto foi aprovado por unanimidade.

Políticos e especialistas da Vale visitam “esqueleto do Hospital” em Juatuba

As obras do antigo Hospital do Câncer Infantil, abandonadas há muitos anos às margens da BR-262, podem ser retomadas em breve e a construção pode ser transformada em um hospital municipal, que trará melhor assistência aos moradores do município e também desafogará o sistema de saúde da cidade.

Engenheiros da Vale, prefeito, secretários e vereadores visitaram o esqueleto abandonado do que será o “novo Hospital de Juatuba”. O objetivo do encontro foi fazer uma vistoria detalhada no terreno, dando início à primeira fase do projeto, que abrange estudos estruturais, elaboração de plano de necessidades e de projetos de engenharia e arquitetura.

Durante a visita, o prefeito Adônis Pereira disse estar entusiasmado com a aprovação da primeira fase do projeto de conclusão e equipagem do Hospital, um marco para melhorar a saúde da comunidade. “Nossa meta é estabelecer um centro de referência na cidade, diminuindo a dependência de Belo Horizonte e garantindo melhores condições de saúde pública para todos os municípios envolvidos”, disse.

A previsão para conclusão desta fase é de nove meses e o valor estimando é de R$ 1,1 milhão. A expectativa é que o hospital, que vai ser incorporado ao Sistema único de Saúde, seja classificado como um estabelecimento de saúde de natureza geral, abrangendo diversas especialidades médicas. O principal objetivo será proporcionar o diagnóstico e o tratamento cirúrgico de patologias de média e alta complexidade; além de oferecer serviços de atendimento médico hospitalar e ambulatorial; pronto-socorro regional; realização de exames diversos; bem como incentivar o desenvolvimento de atividades de ensino e pesquisa. A equipe de engenheiros da Vale também realizou visita ao local onde será construída a nova creche do Satélite.