Nos últimos dias, o prefeito Adônis Pereira gravou uma série de vídeos comentando problemas da cidade e responsabilizando o Legislativo pela não solução de várias demandas. A atitude do chefe do executivo foi tema de comentários dos vereadores Ted Saliba, Marcos Leiturista e Messias Leão, durante a reunião desta semana.
De acordo com os parlamentares, em um dos vídeos o prefeito critica e responsabiliza a Câmara pela demora na aprovação do projeto que prevê o reajuste de 7,02% para os servidores municipais, o que não é verdade. Segundo o presidente da Câmara, Ted Saliba, o projeto só não foi colocado em votação devido a um pedido dos próprios servidores, que aguardam um acordo entre a prefeitura, o Sindicato e o Ministério Público, já que o imbróglio foi parar na justiça.
“Não podemos aprovar projetos sem a anuência da população, explicações e coerência jurídica. Até o momento apostamos em um diálogo para o bem de todos os envolvidos. Senhor prefeito, a bandeira branca está estendida no mastro desta Câmara, mas se o senhor continuar a nos atacar e dizer inverdades, teremos que retirá-la”, ameaçou Ted.
Mais um ataque
Em outro vídeo, o prefeito Adônis diz que em virtude do atraso na aprovação do projeto que prevê a criação da Guarda Municipal, Juatuba tem enfrentado “problemas com moradores de rua, que vivem importunando e causando transtornos aos transeuntes”.
Indignados com a acusação, os vereadores responderam que a matéria ainda não foi colocada em votação por não conter estudo financeiro ou previsão de gastos com pessoal e contratações. “O prefeito afirma que não pode conceder reajuste maior que 7,02% aos servidores, mas quer ter dotação para novas contratações. Acreditamos que os guardas patrimoniais que já prestam serviços ao município, é que deveriam ser mais valorizados”, disse Messias.
Mais críticas
Outra crítica dirigida aos vereadores pelo prefeito é quanto à demora para colocação na pauta de votação do projeto que pretende a doação de um terreno ao lado do Hospital que será terminado pela Vale, de 13 mil metros quadrados, à empresa FGF.
Apresentado na reunião do dia 25 de maio, o projeto já passou pelas comissões de legislação, justiça, orçamento e obras, mas os vereadores questionaram a metragem do terreno que seria bem maior que a contrapartida de R$ 150 mil oferecida pela empresa. “Não somos contra a vinda de empresas, muito pelo contrário, mas temos que ter critérios coerentes, já que a contrapartida não representa nem uma pequena parcela do valor do terreno”.
Exaltado, o vereador Marcos Leiturista criticou a atitude do prefeito e disse o vídeo desmoralizou a Câmara perante a sociedade. “Eu tenho vergonha de andar pelas ruas e ouvir as pessoas dizerem que esta é a pior formação de Câmara da história e isso, infelizmente, está ocorrendo porque a maioria dos vereadores está na mão do prefeito”, afirmou.
