Parlamentares aproveitaram presença de vice-prefeita na reunião e chamaram atenção para a má atuação de Amélia Augusta, que segundo eles, “continua assediando moralmente os servidores”
Em dezembro de 2020, o Sindicato dos Servidores Públicos de Juatuba – Sindserj foi no plenário da Câmara para denunciar que a Secretária de Saúde, Amélia Augusta, “estaria cometendo a prática de assédio moral, seguida de processos administrativos, com o objetivo de intimidar servidores que são efetivos da pasta”. Na época, os servidores se queixavam que não havia diálogo e nem reconhecimento por parte da gestora, em especial, durante o período de grande estresse emocional gerado pela pandemia.
Na ocasião, as acusações contra a secretária foram além. O sindicato afirmou que quando profissionais da Secretaria solicitavam informações, mesmo formalmente, não havia resposta e que para conseguir esclarecimentos, por diversas vezes, foi preciso acionar a Justiça.
A atuação da secretária tem sido duramente criticada e esta semana, outros parlamentares resolveram fazer coro com o vereador Elton dos Reis que na semana passada desabafou sobre a conduta de Amélia Augusta. Eles aproveitaram a presença da vice-prefeita, Maria Célia, que acompanhava a reunião em plenário, para tecer críticas e cogitar a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, em face da atuação da secretária na pasta.
O vereador Elton dos Reis, relembrou as reclamações que recebe com relação à área da saúde de Juatuba e voltou a denunciar que a secretária continua perseguindo os profissionais que trabalham na pasta. “Gostaria de agradecer a equipe do NASF e vários outros profissionais da Saúde da Família, que têm sido perseguidos por essa gestora da saúde. É um absurdo isso que está ocorrendo, uma falta de respeito. Colocam editais do jeito que querem. A Secretaria de Saúde virou um departamento e é como se fosse uma prefeitura independente e muitas ações que ocorrem ali, não chegam ao conhecimento do prefeito”.
Eltinho ainda afirmou que dá para notar no semblante dos profissionais que eles estão fragilizados com toda a perseguição promovida pela gestora da pasta. “Que cegueira é essa que tampa os olhos do prefeito e dos outros? E os tampões que estão nos ouvidos? o que está ocorrendo? Digo ao prefeito para rever esse plano de gestão. Se eu deixasse de cobrar por esses profissionais eu poderia renunciar e entregar meu cargo de vereador”.
O vereador ainda relatou sobre a dispensa de alguns profissionais da saúde o que, segundo ele, seria perseguição. “Tiram um profissional competente para colocar um cara apático, X-9 e leva e traz. Quantas vezes chego lá fiscalizando e ele manda mensagem para a secretária. Chego lá de madrugada e vou continuar chegando, pois meu papel é esse, eu represento o povo”, finalizou indignado.
Os vereadores pediram que as reclamações sejam feitas diretamente na ouvidoria da prefeitura, pois na própria Secretaria, as reclamações ficam sob o comando da gestora e podem ser alteradas. “Registrem na ouvidoria da prefeitura, e peguem as cópias do protocolo e, se não resolver, denunciem no Ministério Público”.
Cidinho chegou a cogitar a “paralisação da aprovação de todos os projetos que o prefeito encaminhar para o legislativo, enquanto a secretária não for exonerada”. Além disso, mandou o recado para o filho do prefeito, o Secretário de Governo Marconi Adônis, que estava presente na reunião. “Seu pai foi prefeito na administração passada e trocou o secretário de administração 25 vezes. Por que essa secretária não pode ser substituída? A maioria dos colegas está pedindo a substituição e eu fui o primeiro. Toda reunião temos que bater nessa tecla. O presidente da Câmara está conseguindo mais coisas fora para Juatuba do que ela como gestora da Saúde. Até quando vamos esperar”, questionou.
Jurandir dos Santos, engrossou o coro e lembrou a falta de atendimento a casos de urgência. “Estou preocupado com o caso de uma paciente do Alto da Boa Vista, que está com sangramento há 10 dias, sendo necessário um exame urgente. Ela está com suspeita de câncer, foi ao posto e a profissional falou que não tinha nem previsão para atendê-la. Quando o médico coloca prioridade, o caso tem que ser resolvido”, lembrou.
Jurandir foi além e disse que tem informações de que um enfermeiro, ligado à secretária, “estaria recebendo salário de R$8 mil por mês na Policlínica e que a quantia é superior ao valor do contrato dele”.
Messias Leão, concordou com as falas dos colegas e afirmou que quem pode tirar a secretária é o prefeito. “Se o prefeito quisesse, ele já teria retirado a secretária, isto não é competência da câmara. Nosso papel é mostrar o que não está funcionando e fiscalizar. Tenho certeza que o prefeito vai estudar o caso e tomar essa decisão”, afirma.
O vereador Léo da Padaria também entrou na briga e nas intensas críticas ao desempenho da secretária. Disse que as pessoas chegam em seu estabelecimento, que é próximo ao posto do Satélite e já ficou comum reclamar que está faltando médicos na unidade de Saúde. “A médica tirou licença, colocaram outro e ele faltou 30 dias. Se não tem médico, não justifica ter posto de saúde. Falta planejamento e escalas coerentes”, disse.