Fotografias de artista juatubense em cartaz no Sesc São Paulo

Mostra reúne séries fotográficas consagradas e inéditas de autoria de Eustáquio Neves, além de uma seleção de obras de videoarte

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Será aberta ao público a partir do próximo dia 6, no Sesc Ipiranga, em São Paulo, a exposição Outros Navios: Fotografias de Eustáquio Neves, que é composta de 70 obras, entre fotografias e vídeos, além de uma seleção ampla de materiais utilizados pelo artista em suas criações de caráter analógico.

Com curadoria de Eder Chiodetto, a mostra reúne séries do início dos anos 1990, como Objetificação do Corpo (1994), séries inéditas como as Fotopinturas, com obras realizadas em 2022, assim como Outros Navios, série em andamento e que dá nome à exposição. Alguns desses trabalhos serão mostrados pela primeira vez.

Segundo o curador, “é importante que as séries de Eustáquio Neves, que têm uma média de 12 imagens, cada uma, sejam vistas inteiras e nas escalas pensadas pelo artista, pois elas são como poemas em que todas as ‘frases’ são importantes para nos levar ao centro da poética e do gesto político do artista”.

Entre os trabalhos de videoarte, que são os mais raros produzidos por Eustáquio, será exibido Post No Bill (2009), em que o cotidiano marcado pelo trânsito e vaivém incessante de pedestres nas ruas de Lagos, na Nigéria, mistura-se com a arte jovem encontrada na favela de Bariga, no subúrbio da cidade. Essa obra será exibida pela primeira vez, em três telas simultâneas, no Sesc Ipiranga.

A mostra será exibida até o dia 26 de fevereiro de 2023, de terça a sexta, das 9h às 21h30, aos sábados, das 10h às 21h30 e aos domingos e feriados, das 10h às 18h30.

O artista Juatubense

Nascido em Juatuba em 1955, José Eustáquio Neves de Paula, ou Eustáquio Neves, como o artista é conhecido dentro e fora do país, propõe reflexões sobre escravidão e racismo em suas imagens.

A formação de Eustáquio como técnico de química industrial contribuiu para um processo de interferência sobre os negativos de fotografias no laboratório, resultando em obras que apresentam diferentes camadas visuais e narrativas.

Descendente direto de pessoas negras escravizadas, premiado e reconhecido internacionalmente, Eustáquio Neves costura passado e presente em obras que borram fronteiras entre tempo e espaço.

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