Plano de investimentos da Copasa prevê R$ 8,1 bilhões para saneamento em municípios

Recursos serão aplicados entre 2023 e 2027 para atender às metas de universalização do Novo Marco Legal

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A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) definiu neste mês o plano de investimentos para os próximos cinco anos. De 2023 a 2027, a companhia terá como desafio aportar mais de R$ 8,1 bilhões para o avanço do saneamento básico em Minas Gerais. Os investimentos recordes, aprovados pelo conselho de administração, estão em consonância com o plano de negócios da empresa, seus compromissos contratuais, bem como para atendimento às metas de universalização propostas no Novo Marco do Saneamento.

De acordo com o diretor-presidente da Copasa, Guilherme Duarte de Faria, considerando que a Copasa é uma sociedade de economia mista, com controle majoritariamente estatal, segue todos os preceitos legais da Lei das Estatais, o que torna alguns procedimentos mais morosos quando comparados à iniciativa privada. “Temos buscado, observando estritamente a legislação em vigor, sermos mais ágeis, apesar do ambiente em que estamos inseridos”, observou o presidente. O valor aprovado a ser investido em 2023 soma R$ 1,59 bilhão.

De acordo com a Companhia, dentre os projetos em destaca-se na Região Metropolitana de Belo Horizonte as obras em Mateus Leme, Igarapé, Sabará e Ribeirão das Neves. No final de dezembro, os gerentes da Copasa, responsáveis por Juatuba, afirmaram que a autarquia deverá investir R$77 milhões no município. Estão previstas construção de seis km de rede interceptora, 29 km de rede coletora, cinco elevatórias e uma Estação de Tratamento de Esgoto, além de 3.150 novas ligações prediais. As obras acontecerão em um período de dois anos, e após conclusão das intervenções, a cidade ficará com um número superior a 80% de atendimentos em ligações de esgoto sanitário.

No interior do estado, Coronel Fabriciano e Timóteo, no Vale do Rio Doce, são exemplos de cidades com obras que, quando concluídas, elevarão os índices de cobertura de tratamento de esgotamento sanitário para índices superiores ao preconizados pelo Novo Marco para o ano de 2033 que é de 90%. Nesses municípios destacados a cobertura dos serviços de água já atende o índice da legislação que é de 99%.

Juatuba e Mateus Leme “fogem à regra”

Já em 2021, a Copasa atingiu a marca de 99,4% dos imóveis em sua área de atuação com acesso à água tratada no estado de Minas Gerais – índice que supera a média nacional. Segundo dados divulgados pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (Snis) no relatório “Diagnóstico Temático – Serviços de Água e Esgoto”, cujo ano base foi 2020, o índice de abastecimento com redes públicas de água no país era de 84,1%.

Em relação à coleta e tratamento de esgoto, a Copasa também registrou números acima da média nacional. No caso da coleta, a companhia atingiu 90,5% dos imóveis em sua área de atuação. Desses, 79,45% foram tratados, resultando em 71,9% dos imóveis com esgoto tratado e coletado no estado. Já os dados nacionais revelam que apenas 43,9% da população tinha acesso a esgoto coletado e tratado no Brasil em 2020 (dados do Snis de 2020).

O Jornal de Juatuba e Mateus Leme acessou a base de dados do Snis para saber como os municípios estão no quesito saneamento básico. Os dados mostram que em Juatuba, 68% dos habitantes, ou seja, cerca de 18.684 pessoas não têm esgotamento sanitário, e outras 2.789, cerca de 10,18% das pessoas, não tem água encanada. A situação do esgotamento sanitário é crítica, já que apenas 31,79% da população total tem acesso aos serviços de esgotamento sanitário. A média do estado de Minas Gerais é 77,44% e, do país, 66,04%.

Os dados apontam que em Mateus Leme a situação não é das melhores, 60,24% dos habitantes, cerca de 18.895 pessoas não têm esgotamento sanitário, e outras 9.453, cerca de 30,14% das pessoas, não tem água encanada.

Apenas 39,76% da população total tem acesso aos serviços de esgotamento sanitário, lembrando que a média do estado é 77,44% e, do país, 66,04%. Já acesso ao abastecimento de água, são apenas 69,86% da população total. A média do estado é 82,67% e, do país, 83,96%.

A meta estabelecida pelo Novo Marco do Saneamento é de que, até o ano de 2033, 90% dos brasileiros tenham acesso ao serviço de coleta e tratamento de esgoto no país. De acordo com a Copasa, a Companhia ainda não atingiu a meta, mas já tem 28 pontos percentuais acima da média nacional.

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