Cidadãos afirmam que empréstimo para infraestrutura vai endividar Juatuba

População reclama que antes do asfalto nas ruas há problemas mais sérios na saúde e no saneamento básico

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A prefeitura de Juatuba celebrou recentemente contrato com a Caixa Econômica Federal para adesão ao FINISA, Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento, para pavimentar a rota do transporte escolar e substituir a iluminação por tecnologia LED no município. A assinatura do contrato foi festejada pela atual administração e, ao mesmo tempo criticada por uma série de internautas.

O professor Ivan Amorim, juntamente com outros moradores da cidade procuraram nossa reportagem, expressando preocupação em relação ao contrato. Ivan destaca que, apesar de parecer uma conquista, o FINISA é, na verdade, um empréstimo bancário que deverá ser pago em vários anos, comprometendo o orçamento do município, a partir da próxima gestão. Segundo ele, Juatuba tem um orçamento anual considerável e não há necessidade de a prefeitura contrair empréstimos, especialmente diante dos recursos recebidos pela Vale, provenientes da tragédia de Brumadinho.

Outras demandas

Ivan destaca a precariedade das condições de saneamento básico de Juatuba, criticando a gestão por direcionar recursos para a substituição de lâmpadas em detrimento a necessidades pontuais. “Com tantas urgências na saúde e no saneamento básico, a prefeitura ainda vai gastar em contratos com empreiteiras de asfalto, mesmo tendo uma máquina de asfalto e de bloquete que não usa?”, indaga.

Outro morador, o administrador de empresas Antônio Teixeira, se une à crítica, questionando a destinação de R$ 6 milhões dos R$ 25 milhões contraídos através do empréstimo, para a troca de lâmpadas LED. “Temos urgências no setor de saúde e no saneamento, pois há muitas famílias que não têm água e nem esgoto em suas casas”.

Antônio argumenta que a população também compartilha da preocupação sobre o endividamento do município, pois Juatuba tem um orçamento razoável que foi incrementado com recursos consideráveis da Vale. “O que é mais preocupante é que vão deixar dívidas para gestões que vierem daqui por diante. É vergonhoso comemorar empréstimo para fazer o que deixaram de fazer em tantos anos. É triste ver como tentam brincar com a cara e a inteligência desse povo tão bom de Juatuba”, finaliza.

Contraste de perspectivas

Segundo o professor Ivan Amorim é vergonhoso saber que uma cidade da região metropolitana de BH ainda vive situações tão precárias em relação ao saneamento básico. “Existem casas que não são atendidas por rede de esgoto e até regiões sem água tratada. Por outro lado, temos em nosso município o maior reservatório de água potável do Estado. A pavimentação das ruas é importante, mas a prefeitura tem uma máquina de asfalto e outra de fazer bloquetes que nunca funcionou. Estes equipamentos poderiam ser usados para minimizar os problemas das vias, sem a necessidade de endividar Juatuba”.