Regulamentação dos cigarros eletrônicos pode gerar arrecadação de mais de R$ 211 milhões ao ano em Minas Gerais

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A regulamentação dos cigarros eletrônicos no Brasil poderia resultar em uma arrecadação anual de mais de R$ 211,4 milhões para Minas Gerais. É o que mostra um estudo inédito realizado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), que analisou a demanda estimada por esses produtos e o potencial de receita com o ICMS, caso a comercialização fosse legalizada.

De acordo com o estudo, Minas Gerais seria o terceiro estado com a maior arrecadação. O material é embasado em uma demanda potencial de 3,5 milhões de consumidores brasileiros ao ano, calculada com base nas últimas pesquisas do Ipec. Esse mercado representa um valor de R$ 10,5 bilhões anuais ao país. O estudo foi encomendado pela BAT Brasil.

Consumo cresce no estado

Apesar da manutenção da proibição pela Anvisa, anunciada em abril, o consumo de cigarros eletrônicos continua a crescer. Dados do Ipec revelam que o número de consumidores no país chegou a 2,9 milhões em 2023, um aumento de 600% nos últimos seis anos. Só em Minas Gerais, o consumo cresceu 500% no mesmo período. Como o produto não é regulamentado, esses consumidores estão expostos ao mercado ilegal, que não paga impostos nem segue normas sanitárias.

Considerando a demanda e a adoção de uma alíquota de ICMS de 20% sobre as vendas desses dispositivos em cada estado do país, a arrecadação total poderia atingir R$ 2,1 bilhões, contribuindo para o aumento de receitas e equilíbrio fiscal nos estados brasileiros.
João Gabriel Pio, economista-chefe da FIEMG, destaca que a autorização para a importação e a comercialização dos produtos poderia contribuir também para a atividade econômica. “Com base na estimativa de demanda de 3,5 milhões de consumidores, projeta-se que este mercado poderia alcançar um valor de R$ 10,5 bilhões ao ano. Esses números refletem o potencial impacto econômico no país, impulsionando o setor produtivo, com geração de empregos e renda, caso a produção seja realizada no Brasil”, afirma Pio.

Caso o mercado potencial seja suprido pela produção interna do setor formal de fumo, o faturamento do país poderia ultrapassar os R$ 27 bilhões – um montante que, sem regulação, continuará a ser destinado ao contrabando, que hoje domina 100% desse mercado.