Conselho Municipal de Educação de Juatuba expõe graves problemas na Creche Municipal Wanda Jammal

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Creche Municipal Wanda Jammal

Na semana passada, uma denúncia de servidores da Creche Municipal Wanda Jammal, em Francelinos, sobre as condições inadequadas do espaço foi compartilhada nas redes sociais. Conforme noticiado pelo Jornal de Juatuba e Mateus Leme, o relato indicava que, na primeira semana de aulas do educandário, que foi inaugurado no dia 3 de junho, servidores se depararam com uma equipe insuficiente para atender os alunos e obras inacabadas. Segundo a divulgação, professores e monitores estariam sobrecarregados, porque funcionários contratados para suprir a demanda que aumentou em razão da ampliação do espaço, teriam sido demitidos por falhas na admissão dos mesmos. Além disso, a escola ainda estava inacabada, obrigando alunos e funcionários a conviverem com os transtornos gerados devido obras no local.

Representantes do Conselho Municipal de Educação teriam comparecido à creche para regulamentar a mudança de prédio, no entanto, ao chegarem ao local, os conselheiros foram surpreendidos por uma série de problemas graves, evidenciando um cenário caótico que compromete a segurança e o bem-estar das crianças e dos profissionais da instituição.

Crianças aglomeradas

De acordo com o relatório, a primeira constatação dos conselheiros foi a superlotação das salas de aula. Diversas crianças estavam aglomeradas em poucas salas, muitas delas chorando, devido à falta de profissionais. Segundo o texto, a diretora da creche não pôde acompanhar a visita, pois estava ocupada em uma sala de aula, cuidando de quatro turmas simultaneamente. No refeitório, o secretário escolar, monitores e agentes de serviços escolares tentavam auxiliar os alunos na alimentação.

Infraestrutura inadequada

Além da falta de profissionais, os conselheiros se depararam com diversos ambientes inacabados e inadequados para o funcionamento da creche. O relatório detalhado da entidade aponta melhorias necessárias em várias áreas, incluindo a cozinha, banheiros e a sala de pedagogia.

Na cozinha, foi identificada a necessidade de uma divisória e um armário para separar os alimentos dos pertences pessoais das agentes escolares. Também foi notada a falta de prateleiras e armários com portas para armazenamento adequado dos alimentos.

O documento aponta que, no banheiro feminino, a área de banho é perigosa devido ao acabamento impróprio de cerâmica, que pode causar quedas e ferimentos graves nas crianças. Além disso, a plataforma de banho é muito alta, o que não atende às turmas de maternal 1 e 2.

Já no banheiro masculino, os conselheiros destacaram que a bancada da pia está muito elevada, não atendendo à faixa etária das crianças. Além disso, o local estava desorganizado e com produtos químicos expostos, já que a lavanderia funciona no mesmo espaço, sem divisórias adequadas.

Quanto ao banheiro acessível, o relatório aponta que ele está sendo utilizado pelos funcionários e há uma escada com dois degraus na entrada, dificultando o acesso, o que não atende à finalidade proposta. No bebedouro, outro grave problema foi detectado. O equipamento apresentava vazamento de água e fiação exposta, colocando em risco a segurança das crianças.

“Apesar das novas instalações, o mobiliário do refeitório está velho, inchado e com aparência desagradável. A rampa de acesso ao local tem um degrau perigoso para as crianças”.

Durante a inspeção que gerou o relatório, o portão de acesso estava destrancado e os conselheiros constataram que o muro da instituição é baixo, inadequado para garantir a segurança. O trinco da grade da escada de acesso ao segundo andar, que deveria estar na parte interna, estava apenas encostado, oferecendo risco de acidentes.

O documento elaborado pelo Conselho destaca que as salas de aula são arejadas e de bom tamanho, porém ainda não possuem mobiliário completo e em vários pontos do prédio há lâmpadas com boquilhas soltas.

Omissão e convocação de plenária

O documento também destacou que, durante a visita, foi observada uma postura de omissão por parte da pedagoga da instituição. Apesar do caos evidente, ela estava tranquila em sua sala, sem demonstrar preocupação com a situação. Funcionários confirmaram que essa atitude é recorrente. Os conselheiros solicitaram uma averiguação das funções do pedagogo na instituição.

Os membros do Conselho finalizaram o relatório solicitando uma reavaliação urgente do funcionamento da creche, destacando inúmeras “violações aos direitos das crianças” e das “condições inadequadas de trabalho para os funcionários”.

Também foi pedido um posicionamento da Secretaria de Educação sobre os problemas já de conhecimento público. “Perante as observações feitas, solicitamos a convocação de uma Plenária, em caráter de urgência, e um posicionamento da Secretaria de Educação sobre tudo que já é de conhecimento público”.