A Creche Pintando 7, localizada no bairro Cidade Satélite, em Juatuba, anunciou mais uma vez a paralisação de suas atividades, devido à falta de repasse de verbas municipais. O comunicado oficial foi divulgado nas redes sociais pela direção da instituição. “Senhores pais responsáveis, comunicamos que, a partir de terça-feira, 22 de outubro, haverá paralisação dos funcionários da Creche Pintando 7. Não haverá aula por motivo de falta de repasse por parte da Prefeitura Municipal de Juatuba. Retornaremos somente quando a situação for regularizada”, afirma o texto.
Atrasos constantes
Essa não é a primeira vez que a instituição enfrenta o mesmo problema. Em março deste ano, a creche já havia paralisado as atividades devido ao atraso nos repasses da prefeitura. Na ocasião, as aulas ficaram suspensas por quatro dias, e só foram retomadas após a administração realizar o pagamento devido.
Raquel , responsável pela Creche Pintando 7, lamenta que os atrasos nos repasses sejam recorrentes e ressalta que essa situação tem afetado diretamente o funcionamento da instituição. “Os atrasos são frequentes. O pagamento deveria ser feito no início de cada mês, mas acaba acontecendo depois do dia 20, 22, e já recebemos até no dia 26. Isso se repete frequentemente”, explica.
Segundo ela, a creche tem um plano de trabalho acordado com a Prefeitura, que inclui os valores destinados ao pagamento de salários e despesas mensais. No entanto, os atrasos colocam em risco a continuidade dos serviços prestados às famílias que dependem da instituição.
Luta por recursos
Fundada em 2019, a creche pintando o 7 é mantida pela Associação dos Moradores e Amigos do Bairro Cidade Satélite. Atualmente, a instituição atende cerca de 100 crianças e o fechamento temporário da instituição deixa pais e mães sem onde deixar os filhos, já que muitas famílias dependem do serviço para garantir o cuidado com as crianças enquanto os pais trabalham.
Em 2020, a Creche Pintando 7 conseguiu o compromisso da Secretaria de Educação de Juatuba de que passaria a receber recursos municipais para funcionamento. Para se adequar às exigências da Lei 13.019, que regulamenta as parcerias com organizações da sociedade civil, a creche precisou funcionar por 12 meses antes de ter direito ao repasse de verbas públicas.
Até então, a instituição vinha se mantendo com recursos próprios, fruto de doações e do trabalho voluntário dos moradores da região. A possibilidade de receber recursos públicos representou um alívio para a creche, que finalmente pôde contar com um apoio financeiro mais estável.
Porém, agora, Raquel afirma que ainda não houve qualquer posicionamento oficial da Prefeitura sobre o assunto ou a previsão para a regularização dos repasses.