Gasmig descarta danos ambientais e diz que monitora obras do gasoduto em Juatuba

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Na edição da semana passada, o Jornal de Juatuba e Mateus Leme publicou uma reportagem sobre denúncias de danos ambientais que estariam sendo causados pelas obras do gasoduto da Gasmig, iniciadas em 2024. Moradores do bairro Villa Vern, em Juatuba, relataram que as intervenções estariam provocando erosões e impactos ambientais na região. Segundo os relatos, os problemas ocorrem na BR-262, na altura do km 368, sentido oeste, próximo à fábrica da Brahma.

Procurada pela reportagem, a Gasmig emitiu uma nota de esclarecimento após avaliação técnica realizada no local na última quinta-feira (27). A empresa também enviou um relatório detalhando a obra e as medidas adotadas durante o monitoramento da região.

A Gasmig afirmou que a visita técnica não encontrou erosão no local. “Diante do relato recebido, nossa equipe realizou uma vistoria em campo no dia 27/02/2025 e não encontrou pontos erosivos no entorno da localização informada”, diz a nota.

Quanto ao Córrego Areão, conhecido como Córrego Tinoco, que os moradores alegam estar contaminado por produtos utilizados durante a perfuração, a empresa esclareceu que “não houve intervenção de travessia do gasoduto neste curso d’água”. O documento esclarece ainda que, durante a obra, foi utilizado o método não destrutivo, por meio de furo direcional, que emprega perfuratriz com injeção de água e polímero biodegradável.

Ainda conforme a empresa, as águas do córrego foram monitoradas e encontram-se contaminadas por esgoto doméstico.

Segundo a nota, as obras do gasoduto Centro-Oeste ainda não foram totalmente concluídas e, todas as atividades, seguem os protocolos ambientais previstos na licença concedida. “Durante as obras, mantemos um programa de controle de processos erosivos e no processo de recomposição, instalamos dispositivos de drenagem para evitar erosões na faixa de servidão”, diz o documento.

Medidas adotadas

O relatório enviado pela Gasmig também detalha a execução das medidas de controle de processos erosivos no trecho 4, lote 1, da BR-262, que abrange uma zona de expansão urbana entre o km 362 e o km 368. A faixa utilizada pertence às áreas municipais e particulares, sendo outorgada à empresa após processos de indenização.

De acordo com a empresa, as medidas de contenção adotadas incluem estacas de eucalipto, manta Bidim, sacarias de ráfia (“rip rap”), sementes indicadas pelo Programa de Gerenciamento Ambiental (PGA) e biomanta de fibra de coco. No entanto, o plantio de espécies arbóreas na faixa de servidão não está previsto, assim como o uso de gramas.

Segundo a Gasmig, as fases de recomposição e revegetação estão sendo cumpridas, os recursos hídricos estão sob monitoramento e eventuais processos erosivos que possam surgir durante a execução da obra continuarão sendo acompanhados e sanados. “A equipe ambiental responsável pelo PGA da obra seguirá monitorando a área para garantir o controle de qualquer processo erosivo potencial na faixa de servidão”, finalizou a nota.

A Prefeitura de Juatuba informou que a Defensoria Pública também realizou uma avaliação no local e está elaborando um relatório.