“Agosto Dourado” lembra importância do incentivo à amamentação

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Júnia contou com a ajuda da equipe do posto de coleta para amamentar o pequeno João Miguel

Trabalho dos bancos de leite valoriza o aleitamento materno e a doação de leite humano

O mês de agosto é conhecido como Agosto Dourado por simbolizar a luta pelo incentivo à amamentação e é neste período que é divulgada a Semana Mundial de Aleitamento Materno. A amamentação é um ato essencial, que contribui para a saúde da mãe e do bebê. São diversas as iniciativas voltadas para o aleitamento materno, entre elas os bancos de leite instalados em diversas regiões de todo o país.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, mais da metade das crianças no Brasil continuam sendo amamentadas no primeiro ano de vida. Entre as crianças menores de quatro meses, 60% se alimentam exclusivamente do leite materno. A campanha deste ano tem como tema “Apoie a amamentação: proteger o futuro é um papel de todos” e a intenção é chamar atenção para o aspecto mais seguro e ecológico do leite materno, que não produz resíduo, não demanda gastos com água, energia ou gera poluição em sua produção.

O pediatra Roberto Chaves é diretor técnico voluntário do Posto de Coleta de Leite Humano “Zélia de Paula Machado”, localizado no Hospital Manoel Gonçalves em Itaúna. O posto é uma das únicas unidades da região e responde ao Banco de Leite da Maternidade Odete Valadares. Dr. Roberto explica que são inúmeros os benefícios do leite materno, tanto para o bebê, quanto para a mãe já que ele é considerado o alimento mais completo. Segundo o médico, no leite materno encontram-se todas as proteínas, vitaminas, água, gordura e outros benefícios necessários para o desenvolvimento dos bebês. Ele destaca ainda que para crianças, o leite materno significa reforço no sistema imunológico, com prevenção de doenças, além de ganhos metabólicos, cognitivos e psíquicos, uma vez que o ato proporciona maior vínculo entre mãe e filho. Para a mulher, o médico diz que aquelas que amamentam têm reduzidas as chances de desenvolver doenças como câncer de mama, de ovário e diabetes.

Apesar de muito benéfico, a amamentação nem sempre é fácil. São muitas as dúvidas e obstáculos até que mãe e filho encontrem a melhor forma para a amamentação. É nesse momento que entra o trabalho dos bancos de leite. “Sabemos que amamentar é um gesto maravilhoso de amor e cuidado da mãe para com o bebê, mas sabemos também que, muitas vezes, pode não ser um gesto fácil. Diante das muitas dificuldades que as mães enfrentam, nós do posto de coleta oferecemos suporte prático com orientações para facilitar a amamentação, ensinando a pega correta, ajudando na retirada do leite, explicando a forma de higienização, o cuidado com as fissuras e dando dicas do que fazer diante das situações de dificuldade. O nosso papel aqui é incentivar as mães para que elas não desistam de amamentar os filhos, pois os benefícios serão sentidos ao longo de toda a vida a criança”, explica a técnica de enfermagem Eliza Rodrigues, membro da equipe do posto de coleta “Zélia Machado”.

Dificuldades e aprendizado

Júnia Luísa é mãe do pequeno João Miguel de dois anos e seis meses. Apesar da alegria pela chegada do filho, os primeiros dias acabaram sendo desafiadores pelas inúmeras dificuldades com a amamentação. Ela conheceu o trabalho do posto “Zélia Machado” durante o curso de gestantes promovido pelo Hospital Manoel Gonçalves. “Após o nascimento do João Miguel, colocar em prática tudo que foi aprendido no curso foi bem mais complicado. Não conseguia realizar a famosa “pega” e alimentar meu filho corretamente, o que causou diversos problemas e uma culpa enorme de não conseguir dar o melhor para meu filho. Foi aí que me lembrei de ir ao Banco de Leite e conheci a Elisa! Ela, com toda a paciência do mundo, me auxiliou, até hoje e pelo resto da minha sou agradecida. Fizemos um tratamento, diversos dias de raios infra-vermelho e até medicamentos para conseguir amamentar. Tudo foi feito de forma profissional e cuidadosa. Após três meses de luta, consegui amamentar o João até os 12 meses de vida”, conta.

Quando o filho já não queria mais a amamentação, Júnia se tornou doadora do posto de coleta e pôde ajudar outras mães que, assim como ela, tiveram momentos difíceis. E essa é a principal função dos bancos de leite: arrecadar doações desse líquido tão precioso para contribuir com a saúde de bebês prematuros ou que as mães não conseguem amamentar. O leite doado é distribuído para maternidades em todo o estado.

Doação de potes

O leite humano doado é armazenado em frascos de vidro com tampa de plástico, iguais aos de maionese e café solúvel. O material é indicado pois não acumula cheiro, é de fácil esterilização e resiste ao congelamento, além do que as tampas plásticas não enferrujam, o que evita contaminação.

De acordo com Letícia Mendes, enfermeira obstetra do Hospital Manoel Gonçalves, o Banco de Leite ‘Zélia de Paula Machado’, necessita de 40 frascos por mês, que são utilizados na coleta, pasteurização e distribuição do leite doado. Nos últimos dias, o estoque de vidros está baixo e o Banco de Leite iniciou campanha para garantir a doação de novos vidros e que os bebês internados, recebem o leite humano. O estoque, que já era pequeno, ficou comprometido porque em junho nasceram 82 bebês em Itaúna, sendo que três deles foram prematuros, e outros 30 estavam necessitaram de leite.

Para doar os recipientes, basta dirigir-se até o posto de coleta, localizado na Avenida Dr. Miguel Augusto Gonçalves, 1803, Graças, Itaúna (casa rosa ao lado do Hospital). Já para o recolhimento na residência do doador, basta ligar no (37) 3249-5319, que a coleta será agendada.

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