Adônis quer mudar processo de escolha dos diretores das escolas

Prefeito propõe que gestores deixem de ser eleitos pela comunidade estudantil e voltem a ser nomeados por ele

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Desde 2010, os diretores das escolas municipais de Juatuba são eleitos pela comunidade estudantil, uma forma democrática de participação de alunos, pais e professores nas decisões das instituições de ensino. O critério para escolher os gestores escolares através do voto, em substituição às indicações feitas pelo executivo, aconteceu durante o primeiro mandato do prefeito Adônis Pereira.

Porém, agora, ele quer mudar novamente as regras para escolha dos diretores das unidades de ensino e enviou um projeto alterando a Lei em vigor. A matéria está sendo avaliada pelas comissões do Legislativo, que estiveram reunidas com profissionais da educação e com o Sindicato dos servidores para debater o projeto.

A maioria dos vereadores já se posicionou contrária à mudança, seguindo as manifestações dos educadores, sob a justificativa de que é preciso evitar o retorno do clientelismo, com a indicação de diretores através da influência dos agentes políticos.

Maioria não quer mudar

Uma enquete foi feita nas redes sociais, questionando o projeto e, ao todo, 179 educadores responderam à pesquisa. Desse total, 96,6% foram contrários à mudança para que as indicações e nomeações dos diretores seja feita pelo prefeito.

A enquete pergunta ainda se os educadores teriam interesse de se candidatar para os cargos de diretor e vice e o porquê. Cerca de 92,2% dos educadores responderam que não têm interesse por causa da remuneração incompatível com a carga horária, que é uma exigência do cargo. Já 21,2% responderam que o desinteresse corresponde à falta de disponibilidade de tempo para cumprir a jornada integral e outros 20,1% afirmaram que não se candidatam por ocuparem outros cargos na rede estadual ou municipal de ensino.

Segundo a professora Milena Trindade, os profissionais da educação, acreditam que é fundamental que a comunidade escolar escolha o diretor, porque é importante que ele conheça a realidade da comunidade e seja eleito democraticamente. “Nós, profissionais da educação, pais e alunos, gostaríamos que as eleições permanecessem e propomos que o salário do diretor seja mais atrativo, pois a demanda de trabalho é de grande responsabilidade e dedicação exclusiva”, opina.

Sindicato contrário

O Sindserj se reuniu nesta semana com uma comissão de 20 servidores para debater a mudança no sistema de escolha dos diretores. “Posso dizer com precisão, que durante a reunião, todos foram contrários a esse absurdo”, disse o presidente do Sindicato, Geraldo Ricardo Lima.

O sindicalista destacou que já foi feita reunião com os vereadores para discutir sobre o assunto e que é preciso manter o processo democrático.  “Quem fez essa lei em 2010 foi o atual prefeito que agora quer instalar um retrocesso no setor educacional da cidade”, opina.

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