Atleta de Mateus Leme está entre as 10 melhores ginastas no Campeonato Brasileiro Juvenil e Pré-Infantil de ginástica artística

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Maria Clara Parreiras, de apenas nove anos, já está ganhando destaque na ginástica artística brasileira. Filha do motorista de aplicativo, Magnus, e da professora Cristina Silva, ela é irmã de Sophia e, desde que nasceu, viveu em Mateus Leme.  No entanto, em março sua vida deu uma grande virada quando foi aprovada nos testes do Grêmio Náutico União (GNU), em Porto Alegre.

Junto com o pai e a irmã, mudou para a cidade, onde treina e também faz o 4º ano da Escola Estadual Fundamental Daltro Filho. A mãe, que trabalha na área de Educação em três instituições, continuou na cidade. “Minha mãe teve que permanecer em Mateus Leme para trabalhar e enviar ajuda de custo, o que significa que ela não pode estar ao meu lado o tempo todo”, explica Maria Clara.

Ela está na ginástica há apenas dois anos, mas já acumula conquistas de gente grande. São inúmeras vitórias e, entre os títulos, destacam-se o de campeã e vice-campeã no Campeonato Estadual de Ginástica Artística em Uberlândia, além de ser campeã e vice em diversas competições internas e escolares.

Paixão inusitada

A trajetória de Maria Clara no esporte começou de forma inusitada. O pai, ao notar sua habilidade para a ginástica, passou a incentivá-la. “Meu pai viu meu talento e começou a me treinar”, revela. A paixão foi ganhando força e, aos sete anos, Maria Clara iniciou os treinos na cidade vizinha de Pará de Minas. Logo, passou a frequentar o Centro de Treinamento Amigos do Esporte, em Belo Horizonte. Determinada, participou de uma seletiva na Universidade Federal de Minas Gerais e garantiu uma vaga.
Sua rotina intensa de treinos com apoio da UFMG foi mantida até janeiro deste ano, quando teve a oportunidade de realizar testes no Fluminense, no Rio de Janeiro, e no Grêmio Náutico União, em Porto Alegre. Aprovada em ambos, a família optou pelo GNU pela estrutura oferecida.

Os dias da atleta começam cedo: de segunda a sábado, ela treina das 8h às 12h, conciliando com as aulas no período da tarde. Os domingos são o único dia de descanso, onde aproveita para brincar com amigos e assistir TV.

Desafios

 
Apesar do apoio do Grêmio, a mãe de Maria Clara, Cristina Silva, fala sobre os desafios para manter os custos da carreira da filha. O Campeonato Brasileiro Juvenil e Pré-Infantil de ginástica artística, realizado em Aracaju, de 9 a 13 de outubro, foi um dos torneios mais importantes para a ginasta. Os custos da viagem foram cobertos pelo clube mas, sem bolsa ou apoio governamental para acompanhar a filha nas competições, Cristina teve que organizar rifas e contar com a ajuda de amigos. Além disso, a família também investe em acompanhamento psicológico para que Maria Clara consiga equilibrar a pressão nos treinos e competições. “É um investimento necessário, mesmo que tenhamos que abrir mão de outras coisas”, explica Cristina.

Umas das 10 melhores ginastas do Brasil

 
Mesmo com apenas nove anos, Maria Clara mostrou resistência  para o Campeonato Brasileiro enfrentando, inclusive, uma lesão no pé. “Foi um período difícil, mas não desisti. Treinei forte para superar esse obstáculo e chegar pronta ao campeonato”, afirma.

A experiência foi marcante e cheia de conquistas: entre as melhores do Brasil, ela alcançou o 10º lugar na classificação individual e ajudou sua equipe a conquistar o vice-campeonato. “Foi incrível vê-la entre as 10 melhores do Brasil e estamos felizes com o resultado. O segundo lugar da equipe foi um reconhecimento maravilhoso para todo o esforço de Maria Clara e suas colegas”, comemora a mãe orgulhosa.
Tendo como referências as campeãs olímpicas de 2024, Jade Barbosa e Rebeca Andrade, Maria Clara também sonha com um futuro brilhante. “Quero continuar melhorando e, quem sabe, competir em um campeonato internacional, representando o Brasil. Esse é um grande sonho e vou treinar muito para realizá-lo”, afirma.