Atoleiros geram muitos prejuízos a produtores rurais de Mateus Leme

“A gente sofre para pagar a manutenção do caminhão e os produtores também têm prejuízo, porque perdem o leite. Só pedimos dignidade para trabalhar”, desabafa motorista

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As condições das estradas em Mateus Leme é assunto que gera revolta, principalmente em vários trechos extremamente desafiadores nas regiões de Serra Azul e Varginha, onde há locais em que somente os tratores conseguem trafegar.

Essa realidade é um desafio diário que afeta os caminhoneiros e danificam veículos, que são os principais responsáveis pelo transporte da produção agropecuária da região. Em alguns casos, os transportadores que ousam encarar os atoleiros precisam ser resgatados por caminhonetes, tratores e até retroescavadeiras.

Esta semana, a reportagem foi acionada por um produtor rural que relatou que, além dos problemas gerados aos transportadores, eles também estão tendo prejuízos por não poder escoar a produção. Pelas redes sociais do Jornal foram enviados diversos vídeos e fotos que mostram situações extremas em que os caminhões precisaram ser rebocados por tratores, ou por duas ou mais máquinas para sair do lamaçal. 

Segundo Ari Alves, que transporta leite em Juatuba e Mateus Leme há quase 10 anos, as estradas estão em situação precária há muito tempo. “Eu já tive muito prejuízo com meus caminhões que ficaram atolados. Não somente em Mateus Leme, mas em Juatuba também. Agora estou pedindo aos amigos que levem o leite em tratores, até passar os trechos mais difíceis”.

O vereador “Chico da Venda”, na comunidade de Varginha, ajudando os caminhoneiros a desatolar os veículos.

O motorista conta ainda que caminhoneiros que fazem o transporte de laticínios de Mateus Leme para Lagoa da Prata, ficaram atolados na estrada por até oito horas. “Recentemente, três tratores tentaram desatolar um caminhão e não conseguiram. Foi preciso usar uma máquina pesada e, certamente, o tempo que o motorista ficou preso poderia ter entregado o produto em Lagoa da Prata e retornado”, diz Ari.

O motorista Adelmo, conhecido como “Primo”, relatou à reportagem que teve um grande prejuízo porque o caminhão dele ficou atolado na estrada de Varginha das 4h da manhã até às 14h. “As estradas na região de Serra Azul, Varginha e Fundão estão péssimas e há muito tempo não passávamos tanto trabalho. Vários trechos estão tão ruins que não há como coletar leite nas fazendas. É preciso fazer o patrolamento, encascalhar e abrir as canaletas de chuva, para resolver o problema”, explica.

Adelmo lamenta a situação, tanto para os caminhoneiros, quanto para os produtores rurais, que estão tendo prejuízos constantes com a quebra de veículos e a perda de produtos, que são perecíveis. “A gente sofre para pagar a manutenção do caminhão e o produtor também tem prejuízo, perdendo o leite que não pode ser escoado. Só pedimos dignidade para trabalhar”, enfatiza.

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