Briga sem fim: presidente do sindicato de Juatuba rebate ameaças do prefeito

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O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Juatuba, Geraldo Ricardo, publicou um vídeo em resposta a uma divulgação feita pelo ex-vereador Fernando Mendes Vasconcelos, conhecido como Fernando da Autoescola. O vídeo em questão aborda ameaças que supostamente teriam sido proferidas pelo prefeito de Juatuba, Adônis Pereira, contra o sindicalista.

No vídeo de Fernando, compartilhado nas redes sociais, ele denuncia que o prefeito teria feito ameaças diretas a Geraldo, afirmando que estava disposto a resolver suas diferenças por meio de violência física, mencionando até mesmo a possibilidade de comprar uma arma. Fernando, em seu desabafo, expressou sua discordância com as atitudes do prefeito na época, e enfatizou a importância de manter a paz e o respeito. “Eu disse: prefeito, o senhor é um diplomata, não pode ficar com esse discurso”.

Geraldo, por sua vez, afirmou ter tomado conhecimento do vídeo apenas na semana passada e convidou o prefeito a focar em questões relevantes para a cidade, em vez de se envolver em conflitos pessoais. “Senhor gestor, o senhor tem muitos problemas na infraestrutura do nosso município. A saúde está abandonada e o senhor pensando em tirar satisfação, brigar com o presidente do sindicato?”, indagou.

Em outro trecho ele completa: “então, senhor Prefeito, vai tomar conta da cidade, que o senhor está devendo por essa má administração. E quando o senhor pensar em comprar arma, vá comprar equipamentos que precisam ser instalados nos postos de saúde, medicamentos que estão em falta, exame para o povo de Juatuba”, enfatizou.

O sindicalista ainda reforçou que qualquer disputa entre eles eles seria tratada judicialmente: “se o senhor quer sair no tapa, eu brigo é na justiça, na transparência e com a honestidade”.

Ex-vereador confirma o relato

Em entrevista à reportagem do Jornal de Juatuba e Mateus Leme, Fernando Vasconcelos reiterou os fatos apresentados no vídeo, gravado em 26 de fevereiro. Suplente de vereador em 2018, Fernando ocupou a cadeira entre 2021 e 2022, quando o titular, Laércio do Silvestre, estava como secretário de Meio Ambiente.  Em seguida, ele conta que foi convidado a ocupar um cargo comissionado na prefeitura, atuando junto com o prefeito. “Eu andava muito com ele, visitava obras e bairros e, por isso, sei de muitas coisas. “Um dia, chegando na porta da prefeitura, ele disse que já que Geraldo gostava de briga, ele ia sair no braço com ele e que não importava a hora ou local, se ele quisesse, ele estava pronto para isso. E ainda disse que o sindicalista andava armado e que ele também iria comprar um revólver”, revela.

Apesar de ter sido exonerado ano passado, Fernando decidiu tornar pública essa situação recentemente, explicando que seu objetivo é trazer à tona um episódio que o incomodava desde então. “Eu gravei aquele vídeo em tom de desabafo para registrar as coisas que presenciei”, conta.

Sentimento de indignação e traição

Geraldo, por sua vez, em conversa com o Jornal de Juatuba e Mateus Leme, lamentou o ocorrido e afirmou que o sentimento diante da situação é de indignação e de traição em relação às supostas falas do prefeito. “Me senti traído e indignado com o que ouvi, pois o apoiei de coração na campanha e, somente quando me tornei sindicalista e defensor dos direitos dos servidores, nos distanciamos”, diz.

Ele ressaltou que foi a partir de 2022, que a relação com Adonis se deteriorou, devido a divergências quanto aos direitos dos servidores municipais. “Ele já não atendia minhas ligações, não marcava reunião e não respondia minhas mensagens”, explica.

Ele também faz questão de frisar que, apesar dos embates e distanciamento, eles nunca tiveram atritos pessoais e que todos os confrontos foram profissionais. “Nosso conflito sempre tinha sido em relação ao SWindicato, apesar dele não falar mais comigo”, declara.

Ele também negou as acusações feitas pelo prefeito, afirmando que não possui arma de fogo desde 1994, quando deixou de atuar como vigilante bancário, e que qualquer alegação contrária é falsa e difamatória. “Eu não possuo arma, porte e nem registro. Só tive, há muitos anos, em razão da minha profissão que exigia”.

O sindicalista também ressaltou a importância de um ambiente de trabalho livre de ameaças e intimidações. “O que ele disse, caberia processo por difamação e calúnia, para que ele prove que eu ando armado. Mas estou ainda avaliando. O que importa pra mim nesse momento é que vou continuar lutando com firmeza em relação aos direitos dos servidores municipais, pois esse é o meu compromisso”, finalizou.