Participantes do Processo Seletivo de Juatuba montaram uma comissão para contestar supostas irregularidades que teriam ocorrido no processo 04/2019, realizado pela empresa DDS Serviços. Os concorrentes protocolaram na Prefeitura, Câmara e Ministério Público um documento no qual questionam o andamento e resolução do concurso.
Entre os questionamentos feitos está a divulgação do resultado, que teria sido feita através de um aplicativo de conversa (Whatsapp), por um funcionário da empresa para participantes em particular e um desses compartilhou com os demais, o que tornou a divulgação não democrática e nada ampla.
O grupo também garante que o gabarito da prova de candidatos de nível superior não foi divulgado, o que impossibilitou o conhecimento e conferência da pontuação pelos candidatos. Além disso, durante a prova escrita, do nível superior, uma candidata ao cargo de psicóloga, teria sido beneficiada com o atraso do início da aplicação da prova, em que os aplicadores confirmaram esperar a chegada de candidatos que faltavam. Já para o cargo de enfermagem, candidatos relataram que uma concorrente recebeu uma ligação e com autorização dos aplicadores, se ausentou da sala por alguns minutos. Ambas as candidatas foram aprovadas no processo.
A aprovação de um candidato sem os requisitos prévios também indignou o grupo, assim como, a aprovação de uma candidata que teria excedido o tempo da prova, algo que segundo o edital, é de caráter eliminatório.
O grupo se reuniu nessa semana com o presidente da Câmara, Jurandir dos Santos, com o vereador Alex e o vice-presidente da casa, Ted Saliba. “Estava também presente o consultor jurídico, Dr. Militão, que veio de BH e pontuou todos os possíveis caminhos jurídicos a seguir, além do passo a passo na busca da anulação deste ‘sinistro processo seletivo’ e as consequências jurídicas por omissão do poder Executivo para resolver essa absurda irregularidade visualizada, testemunhada e presenciada por todos nesta cidade”, desabafa uma a candidata, Aparecida Porto.
De acordo com a psicóloga, mesmo os recursos estando em análise, o Executivo já está efetuando a contratação dos profissionais, incluindo os citados nas irregularidades a cima. “Como cidadã me sinto duplamente prejudicada, pois eu trabalhava como psicóloga no programa Núcleo de Apoio a Saúde (NASF) através de processo seletivo pelo qual fiquei em primeiro lugar em 2017 e este contrato tem validade jurídica até abril. Covardemente, por pura perseguição e retaliação política, a atual gestão me exonerou”, relata Aparecida.
A psicóloga conta que ainda sim, participou do novo processo seletivo, passando pela análise curricular, classificada para a prova escrita, mas foi desclassificada na entrevista. “Já tinham interesse político em manter a profissional que já trabalha na atual gestão. Não divulgaram edital no DOM da Prefeitura, não divulgaram o gabarito pelo site e sinistramente não analisaram os recursos e no período de recesso já empossaram anos cargos as pessoas escolhidas”, declara.
O grupo procurou o Executivo, que prometeu uma resposta sobre a apuração de todas as irregularidades e até o presente momento os participantes afirmam que não houve nenhuma resposta por parte da administração.
O JORNAL DE JUATUBA E MATEUS LEME também procurou a Prefeitura pedindo esclarecimentos sobre as queixas apresentadas, todavia até o fechamento desta edição, não houve retorno.