Censo aponta que população da capital está migrando para cidades da Região Metropolitana

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A divulgação do Censo de 2022 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, nesta quarta-feira, 28, mostrou um resultado inédito sobre a população de Belo Horizonte: pela primeira vez, a apresentação dos números do estudo apontam uma redução de moradores na capital.

Em 2010, quando foi feita a última pesquisa do tipo no país, a cidade contava com 2.375.151 moradores. No ano passado este número caiu para 2.315.560. Já nos municípios da Grande BH, o movimento foi contrário, com crescimento populacional. O fenômeno ainda será objeto de observações e estudos das informações mais acuradas do Censo, mas, em primeira análise, revela um cenário já esperado.

Em BH, houve uma redução de 59.591 moradores em comparação com o Censo de 2010. A queda no número foi de 2,51% e coloca a cidade em um grupo de outras oito capitais brasileiras que registraram menos moradores em comparação com a pesquisa de 12 anos atrás.

Belo Horizonte teve a sexta menor queda no índice entre as capitais, atrás de Salvador, Natal, Belém, Porto Alegre e Recife; e à frente do Rio de Janeiro, Vitória e Fortaleza. As demais tiveram crescimento populacional.

A coordenadora operacional do Censo em Minas Gerais acrescenta mais um fator à análise da possível redução populacional em BH. Em consonância com outros centros urbanos brasileiros, há uma redução na concentração de moradores por domicílio, destaca Rúbia Lenza.

“Outro fator que vimos no Brasil todo em vários municípios foi a diminuição do número de moradores por domicílio. Em Minas Gerais a média foi de 3,3 pessoas por endereço e caiu para 2,7. As pessoas têm menos filhos, moram mais sozinhas e isso também leva a uma diminuição”, explica.

Migração para Juatuba e Mateus Leme

O cenário geral nas cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte, no entanto, é diferente. Na maior parte delas, a população aumentou e, em alguns exemplos específicos, o crescimento superou a marca dos 20% em relação ao último Censo. Para Lenza, parte desse movimento pode ser explicado pela migração de moradores da capital para as cidades vizinhas.

“Tivemos uma mudança de arranjo, de avanços tecnológicos e também um impulso causado pela pandemia. Muitas pessoas procuraram cidades com melhor qualidade de vida ou com menor custo para se viver. A gente percebe, por exemplo, o aumento populacional de Nova Lima e Lagoa Santa. BH teve uma redução, mas as áreas de concentração da região, arranjos populacionais com mais de 100 mil pessoas, registraram um aumento”, avaliou.

Um exemplo disso, é o aumento populacional de Juatuba, que chegou a 30.716 pessoas no Censo de 2022, o que representa um aumento de 38,55% em comparação com o Censo de 2010. Já em Mateus Leme, o aumento populacional foi de 35,85% em comparação com o Censo de 2010. A população da cidade chegou a 37.841.

Os dados do Censo também revelam que a população do Brasil é de 203.062.512, um aumento de 6,45% em relação ao Censo de 2010. No estado de Minas Gerais, a população é de 20.538.718, o que representa um aumento de 4,8% quando comparado ao Censo anterior.