Clínica de reabilitação mantinha pacientes em situação desumana

Polícia Civil fecha instituição que funcionava na região de Portal Serra Azul, na Comunidade de Varginha, denunciada por maus-tratos a internos

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Uma notícia causou grande comoção e indignação nos mateus-lemenses durante a última semana. A Polícia Civil resgatou 27 internos de uma clínica de reabilitação de dependentes químicos, que funcionava de forma irregular na região de Portal Serra Azul, na Comunidade de Varginha. A Polícia instaurou inquérito para apurar os crimes de lesão corporal, cárcere privado, ameaça e possível tortura.

Segundo a delegada Lígia Mantovani, no momento da operação, os policiais constataram a estrutura precária da clínica, que tinha camas quebradas e a falta de higiene do local. Durante a oitiva, os internos disseram que eram privados de alimentos e de cuidados médicos, além de serem submetidos à tortura, ameaça, entre outros crimes. “Eles contam que eram amarrados nas camas, pelos braços, pernas e peito, como medida de contenção e confirmaram a utilização de remédios para dormir, para evitar fugas ou reclamações”.

“Comiam muxiba e estavam machucados”

O fato não causou revolta apenas na população, mas também foi amplamente debatido na reunião da Câmara. A vereadora Irene de Oliveira pediu informações sobre o alvará da clínica e de outras instituições similares que funcionam no município. “Repudio esse ato desumano cometido pelos responsáveis deste local. Estamos aqui, como vereadores para evitar que esse fato lamentável volte a ocorrer em nossa cidade’, afirmou.

A parlamentar aproveitou a discussão para elogiar a atuação da Polícia Civil e destacou o trabalho da delegada, Lígia Mantovani. “Para mim é uma satisfação cumprimentar nossa delegada, uma mulher que tem se destacado pelo trabalho que desempenha no município. Não somente ela, mas todos os servidores da Polícia Civil”, completa Irene.

A vereadora Adelaide Siqueira, também comentou a notícia e lembrou que a vigilância sanitária havia autuado e fechado a clínica em 2020. “Quando estive na vigilância, fechamos o local, porque constatamos que os internos estavam comendo muxiba fedida e muitos estavam machucados e dopados de tanto remédio. Não sei como eles abriram a instituição novamente”, contou.

Para Wolney Barrão, os alvarás são emitidos de forma online e “faltou fiscalização do poder público”. Vários vereadores discutiram o assunto e o parlamentar Guilherme do Depósito sugeriu a criação de um Projeto de Lei determinando que “toda clínica que abrir em Mateus Leme deverá solicitar o alvará de forma presencial e passar por inspeções e fiscalizações”.

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