O clima não tem sido dos melhores na Câmara de Mateus Leme. Dentre desmentidos e acusações, surgem episódios mais sérios que, esta semana, resultaram em boletim de ocorrência e podem terminar na esfera criminal.
Um desentendimento entre dois vereadores na Avenida Padre Vilaça, na manhã de quarta-feira (24) deixou a atmosfera política ainda mais acirrada. Um boletim de ocorrência foi registrado na Delegacia da Polícia Civil pelo vereador Wellington Batata, acusando o colega José Ronaldo e bater no carro em que estava e o ameaçar.
Batata relata que estava dentro do seu veículo, estacionado na avenida, conversando ao telefone, quando notou que o carro “andou sozinho”.
“Quando olhei para trás, vi um Fiat Mobi, de cor branca, batendo duas vezes na traseira de meu carro. Desci e reconheci o líder do prefeito, vereador José Ronaldo que dirigia um carro oficial”. De acordo com Batata, o colega bateu em seu veículo de forma intencional.
Batata disse ainda que José Ronaldo havia deixado a filha no trabalho dela, no Sine, “deu uma volta no quarteirão e bateu duas vezes seguidas na traseira de meu carro”.
Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, ao sair do local, José Ronaldo disse que teria uma coleção de facas e que já foi bandido. “Eu pego as pessoas é com faca. Não tenho medo de ninguém. Vim de São Paulo não é à toa não”, teria ameaçado José Ronaldo.
Batata confirmou o fato para a reportagem e disse acreditar que a motivação tenha sido a constante fiscalização dele aos atos do poder executivo e legislativo. “O veículo utilizado pelo vereador José Ronaldo é pago pelo poder público e o vereador tem utilizado o mesmo, de forma constante, para fins particulares”, revela.
O vice-presidente do Legislativo entende também que a conduta do vereador foi em decorrência dele ter denunciado a utilização do veículo da Câmara por José Ronaldo para ir a uma festa. “Após essa denúncia, o vereador vem me perseguindo e ameaçando com falas, dizendo que tem facas e que mata as pessoas é com faca”.
A reportagem teve acesso a imagens de circuito de segurança de um dos comércios da avenida, que flagrou todo o fato.
