Todo mundo passa por dificuldades, esse detalhe faz parte do que chamados de vida. Mas existem algumas pessoas, muito especiais, que desde cedo lutam incansavelmente para viver bem e com dignidade. Esse é caso de Ana Clara de apenas um ano e oito meses. Ela nasceu com uma doença de pele rara e o contato com o sol é altamente prejudicial à sua saúde.
A descoberta dessa condição não foi simples ou rápida. Ana Clara nasceu em Mateus Leme, é a mais nova de cinco irmãos. A família estava dividida na época, o pai trabalhava em Mateus Leme, mas os irmãos estavam na cidade natal da mãe. Por isso, tão logo a menina nasceu, a mãe foi ficar com os outros filhos. Passados cinco meses, ela retornou ao povoado de Varginha para uma visita. Na ocasião, todos se surpreenderam com a menina cheia de pintinhas parecidas com sardas, como conta a agente de saúde e amiga da família, Maria de Fátima.
Mãe e filha foram embora novamente e alguns meses depois foi a vez do pai de Ana Clara procurar ajuda dos agentes de saúde do município. Ele contou que a menina estava muito doente e eles não conseguiam recursos para ajudá-la em Piranga, onde estavam instalados. Maria de Fátima conta que quando a criança chegou foi um choque. As manchas tomaram conta do pequeno rosto da menina e um grande nódulo na bochecha já começava a ameaçar sua visão.
Com muito esforço conseguiram o diagnóstico: xeroderma pigmentoso. Essa é uma doença genética, não contagiosa, que afeta igualmente ambos os sexos e é caracterizada por uma extrema sensibilidade à radiação ultravioleta (presente nos raios solares). Afeta, portanto, as áreas do corpo mais expostas ao sol como a pele e os olhos. Em pessoas com esse problema, após exposição à luz solar surge um “defeito” no reparo do DNA, com possibilidade de a pele formar câncer cutâneo.
A família, que vive em condições extremamente humildes, não tinha sequer onde ficar, quem dirá meios para custear o tratamento de Ana Clara. A comunidade os acolheu, com uma vaquinha alugaram uma casa para que pudessem se instalar novamente no povoado de Varginha e assim a menina vem recebendo atendimento no Hospital das Clínicas em Belo Horizonte.
A casa alugada não tem as melhores condições para Ana Clara, por isso, uma corrente do bem foi criada para construir um lar permanente para família, além de ajudar na compra de produtos essenciais para ela, como protetor solar e sabonetes especiais. As paredes já foram levantadas, mas ainda há muito o que ser feito para tornar o imóvel em uma casa confortável para Ana Clara, que será privada do contato com o sol durante toda a vida. Quem quiser ajudar, seja com doações financeiras, de materiais de construção ou produtos, pode entrar em contato com Maria de Fátima pelo telefone (31) 99786-1486.