Demora de atendimento na Policlínica de Juatuba faz pacientes procurarem UPA de Mateus Leme

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Bem ao estilo de uma novela que nunca acaba e cujo roteiro apresenta relatos de indignação tristeza, a história do péssimo atendimento da Policlínica de Juatuba continua. Waldemir da Conceição, empresário, morador do bairro Boa Vista divulgou esta semana a saga que enfrentou para conseguir atendimento médico para seu filho, após ele ter uma suspeita de fratura no pé.

O drama começou quando Samuel Lucas, de 9 anos, torceu o pé, enquanto brincava e jogava bola. A situação se agravou na manhã seguinte, quando o menino acordou com o pé inchado e incapaz de colocá-lo no chão. Waldemir, preocupado com a possibilidade de uma fratura, decidiu levá-lo à policlínica, onde o deixou com a esposa e se dirigiu ao trabalho.

O que se seguiu depois, foi uma experiência angustiante de espera, enquanto a criança sofria de dor. Por outro lado, sem conseguir contato com esposa, Waldemir imaginava que já tinham sido atendidos. “Deixei os dois às 7 h da manhã na policlínica e fui abrir a loja. Não conseguia entrar em contato, porque o celular dela estava descarregado. Ela conseguiu dar uma carga no aparelho e me mandou mensagem.  Era 10h20 e pensei que já estivessem em casa, no entanto, ela disse que ainda não tinham sido atendidos”, conta.

Indignado, ele voltou à UPA. “Deixei a criança com uma suspeita de fratura que, pelo procedimento tem atendimento prioritário. E se tivesse quebrado, com a demora no atendimento e sem o cuidado imediato, ele voltaria a ser o que era antes, sem ter sequelas?”, indaga. 

Diante da situação, Waldemir tomou a decisão de levar o filho para a Unidade de Pronto Atendimento de Mateus Leme que também estava cheia, mas onde o filho foi atendido, recebendo os cuidados médicos adequados. “Lá estava muito cheio, porque assim como meu filho, vários pacientes de Juatuba também foram para lá. Porém, uma hora e meia depois já tínhamos sido atendidos. Graças a Deus, tiraram um raio X e descartaram a hipótese de fratura. Houve uma torção, o médico receitou os remédios com a prescrição para ele ficar em casa, em repouso”, conta aliviado. 

Waldemir não está sozinho em sua luta. Ele menciona outros casos testemunhados naquele mesmo dia na UPA de Juatuba. “Vi outras pessoas na mesma situação. Teve um rapaz que desmaiou assim que saiu da triagem e o levaram para dentro com urgência. Ele estava passando muito mal, mas foi informado para esperar lá fora”, lamenta. 

O desabafo de Waldemir aponta para um problema estrutural e recorrente na prestação de serviços de saúde pública de Juatuba. A falta de resposta rápida nos equipamentos públicos e a escassez de recursos, como exames, deixam a população desamparada sem saber a quem recorrer. “Não tenho nada contra pessoas que estão na administração, mas estão ali para trabalhar. Então, que sirvam com qualidade e administrem respeitando a vida humana. É muito difícil você viver numa cidade rica como Juatuba e ter de pedir atendimento nas cidades vizinhas”, desabafa.