Falta água, luz e estrutura: prefeitura não responde, Cemig e Copasa se eximem da responsabilidade

População diz que “falta dignidade e que maioria da população está esquecida pelo poder público”

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Dignidade. É apenas isso que os moradores de diversos bairros de Mateus Leme cobram. A situação de quem mora em bairros mais afastados da região Central é caótica e, grande parte dessa população, não tem iluminação pública, saneamento básico e as ruas onde residem são de terra.

A reclamação é unanime. Quando chove, as pessoas ficam sem poder sair de casa para trabalhar porque os ônibus atolam na lama. Na época de estiagem a poeira sobe e causa diversos problemas de saúde, particularmente em idosos e crianças.

Esta semana, o Jornal de Juatuba e Mateus Leme recebeu diversas denúncias dos moradores dos bairros Paraíso, Atalaia e Tiradentes, que alegam que a além dos diversos problemas com as vias esburacadas e sem pavimentação, falta água encanada e em alguns pontos, até energia elétrica.

Valcilene Henrique, de 63 anos, mora com o marido, de 72, e o neto, de 7, no bairro Paraíso. A família sobrevive com três mil litros de água cedidos pela prefeitura. Porém, quando o caminhão-pipa não passa, eles têm que se virar para não passar sede. “Temos que comprar água. “Sobrevivemos com o salário mínimo do meu marido e quando é preciso comprar água, extrapolamos muito nosso orçamento”, desabafa.

Ainda segundo os moradores da região, a situação fica ainda mais delicada quando os serviços públicos de transporte não chegam, em decorrência da péssima infraestrutura das vias. Ir trabalhar acaba se tornando um desafio. “Quando chove, os ônibus não passam pelos bairros Paraíso, Atalaia e Tiradentes. Eles atolam. Aí o jeito é colocar uma botina, sair de casa mais cedo e encarar o ‘mar de lama’ para conseguir chegar ao trabalho. A volta para casa é ainda pior, pois faltam postes nas ruas e temos que andar na escuridão,” diz a autônoma e moradora do bairro Atalaia, Paula Tomás, de 51 anos.

Já na casa da moradora do bairro Tiradentes Madalena Costa, de 52 anos, quando o caminhão-pipa da prefeitura não passa, a situação fica crítica. Ela mora com o marido de 54 anos e os filhos, de 15 e 18. Para não passar sede, a família torce para chover. “Nos últimos dias, choveu muito, então guardamos o máximo de água que podíamos”, diz. “Usamos a água da chuva para lavar a roupa, fazer comida e também para beber,” conta.

“Mangabeiras abandonado”

Outra moradora do bairro Mangabeiras denunciou à reportagem que a área próxima à caixa d`’agua nem parece existir no mapa de Mateus leme. O problema segundo ela, é que além da interrupção no fornecimento de água sem o aviso prévio da Copasa, a região tem que conviver com a falta de infraestrutura básica nas ruas. “As pessoas deveriam esquecer de pagar os impostos da mesma forma que somos esquecidos pelo poder público. Nem os taxistas querem vir atender a população devido a quantidade de buracos. Temos aqui pessoas de idade, doentes que não tem como procurar por socorro. Além disso, os coletivos já não passam há um mês devido as péssimas condições nas ruas. Isso é muito humilhante”, afirmou.

Outro lado

A Prefeitura de Mateus Leme foi procurada, mas a reportagem não obteve retorno. A Copasa respondeu ao Jornal que alguns locais citados são empreendimentos particulares e que a implantação de infraestrutura, inclusive de água, é de responsabilidade do empreendedor. “Para que a Copasa possa assumir, é necessário que os órgãos de controle acionem a companhia”, afirma. Já a Cemig explica que, desde 2015, a responsabilidade pela iluminação pública é dos municípios.

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