Festa de Junho ainda rende polêmicas e está “sob suspeita”

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Engana-se quem achou que o maior evento público da Região Metropolitana de Belo Horizonte foi um sucesso. A tradicional Festa de Junho prometeu muito, mas acabou entregando pouco e rendendo diversas polêmicas, que vão desde brigas generalizadas à superlotação e um suposto superfaturamento do evento.

No primeiro dia de evento, o Ministério Público recomendou que a prefeitura fizesse outro sorteio de barracas, após denúncias de um suposto favorecimento a uma entidade criada poucos dias antes da festa e seus associados. Já no segundo dia, foram registradas brigas generalizadas de alguns jovens que estavam próximo ao palco e até um gradil de proteção foi colocado em cima de uma passarela na MG-050.

A promessa na Câmara era que o evento fosse restrito a cerca de 20 mil pessoas, e que as catracas de acesso iriam registrar a contagem do público. Um repórter do Jornal de Juatuba e Mateus Leme compareceu ao local e esteve presente no evento, no dia em que houver maior público, confirmando que não foram contabilizados o número de pessoas que acessaram a festa. Do alto de um apartamento, foi possível contabilizar a participação de pelo menos 40 mil pessoas no evento de sábado. Também, não houve a participação do prometido Hungria Hip Hop, no último dia da festa.

Lixo e sujeira

Cinco dias após a realização da festa, e ainda em ritmo de feriado prolongado, a prefeitura sequer realizou a limpeza do local onde ocorreu o evento. Vídeos e fotos encaminhadas à reportagem mostraram as ruas sujas, cheias de plástico, latinhas de cerveja e resquícios de papéis. Além disso, os moradores da região central reclamaram de um intenso mal cheiro de urina e bebidas alcoólicas nas imediações da Praça Benedito Valadares.

Sob suspeita

Mateus Leme decretou estado de calamidade em razão das chuvas do início do ano e recebeu recursos do Governo Estadual para mitigar os estragos das enchentes. Mesmo assim, a prefeitura investiu quase R$1,3 milhão na realização da festa. O vereador Aldair Guimarães, confirmou à reportagem que chegou em seu gabinete denúncias de supostas irregularidades nos contratos firmados para a realização da Festa de Junho. Para investigar as denúncias e fiscalizar de forma mais eficiente, o parlamentar solicitou à prefeitura informações e documentos como contratos, procedimento de licitação e projeto do Corpo de Bombeiros. Recentemente o vereador solicitou também informações sobre a Festa do Leite, que ocorreu em Serra Azul no mês de abril, mas não recebeu.

“Igreja não tem responsabilidade com realização do evento”

Na última edição, o Jornal de Juatuba e Mateus Leme trouxe reportagem sobre as denúncias envolvendo a realização da festividade no município. Para ilustrar a matéria foi veiculada a imagem de uma comemoração religiosa em honra à Santo Antônio, com o intuito de mostrar que a atividade integrava a programação. No entanto, nesta semana o padre da Matriz de Santo Antônio, Daniel Leão, entrou em contato com a reportagem e destacou que a comunidade religiosa não tem relação com qualquer tipo de denúncia ou responsabilidade pela realização dos shows“.

“Devo frisar que a Igreja tem responsabilidade apenas pela programação religiosa, como as procissões e missas. Não recebemos qualquer valor em dinheiro da prefeitura e não investimos qualquer valor no evento como um todo. O que ocorre é que se transformou tradição as festividades da prefeitura serem realizadas nos mesmos dias das atividades religiosas”, destacou o padre.

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