A polêmica envolvendo o reajuste dos servidores Públicos de Juatuba terminou esta semana quando os vereadores votaram e aprovaram o projeto que concede 6% de aumento, retroativo a fevereiro, mês da data base da categoria. A emenda determinando que o aumento seja desde fevereiro foi aprovada pelos vereadores, com abstenção de Léo da Padaria, que afirmou sem dar mais detalhes, que o dispositivo é “inconstitucional”.

Sem aumento para políticos

Além da emenda que retroagiu o reajuste a fevereiro, os vereadores barraram a intenção do prefeito de aumentar o próprio salário, do vice e dos secretários municipais. A proposta recebeu o aval de todos os parlamentares, com exceção do líder do prefeito, o vereador Jurandir dos Santos, que votou contrário à emenda. Segundo o parlamentar, “desde que feito um bom trabalho, todo político deveria ter o reajuste anual de seu salário, acompanhando o direito de todos”.

Quem votou a favor de não reajustar os cargos dos agentes políticos, justificou que “o prefeito, vice e secretários têm os salários mais altos da região”.

Reforma administrativa

O presidente do Legislativo, Laécio do Silvestre lembrou que é preciso fazer uma reforma administrativa urgente em Juatuba. ”Podemos evitar esse desgaste todo ano, se houver uma reforma administrativa, com redução de salários e cargos na administração. Devemos trabalhar como trabalhamos em casa, com receitas e despesas. Não se pode, de forma alguma gastar mais do que ganha, se isso está ocorrendo há erros graves nas bases da administração”, disse Laécio.

Durante votação teve vereador ensaiando candidatura a prefeito

Em praticamente todas votações importantes, há sempre aqueles vereadores que utilizam o expediente para fazer discursos calorosos, inflamados e populistas.

Desta vez, quem ensaiou colocar o nome à disposição para as eleições de 2024 foi o líder do prefeito, o vereador Jurandir dos Santos. Durante sua fala, Jurandir lembrou que quando esteve como prefeito no mandato suplementar que durou quatro meses, enxugou a máquina pública, fazendo uma reforma administrativa que reduziu as 15 secretarias para apenas 10.  “A gente acredita que pode dar certo através de uma reforma administrativa. Como fizemos no mandato suplementar reduzindo até salários de comissionados”.

“A gente está falando em reforma, mas precisamos em 2025 de um prefeito que tenha coragem para fazer. Sabemos que os prefeitos assumem compromissos que têm que cumprir posteriormente com apoiadores e as promessas não são cumpridas. Vamos passar por um período eleitoral no ano que vem e que as pessoas possam avaliar bem os candidatos”, pontuou Jurandir.

Após fala do colega, o vereador Marcos Leiturista fez uma proposta inusitada. “Devemos firmar aqui agora: o vereador que pretende se candidatar ao executivo, deverá registrar esse compromisso de reforma administrativa em cartório”, propôs.

Após proposta, o presidente da Câmara, Laécio do Silvestre, afirmou que tal compromisso “não serviria para ele, já que não pretende se candidatar ao poder executivo”. Desviando o assunto, Ted Saliba afirmou que é necessária uma “boa gestão no município”. “Nós estamos passando aperto hoje porque o nosso índice de Valor Adicionado Fiscal caiu 0,50% para 0,28%, o que prejudica as contas dos municípios. É preciso cautela na aplicação dos recursos e também a busca de mais recursos, sem deixar de se preocupar com a redução do VAF. Não adianta nada o candidato prometer reforma administrativa se o VAF está lá embaixo”, finaliza.