Furto e depredação no Sítio Buganvile ainda sem solução

Suspeita era que servidores negociaram doação ou venda de piscinas, banheiras e janelas do espaço onde seria instalada uma escola

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No início do ano passado, a prefeitura desapropriou o Sítio Buganvile, localizado na reta, para que pudesse ser instalada uma escola no local. O sítio contava com banheiras de hidromassagens, piscinas e área de convivência, mas logo após ser adquirido pelo município, o local começou a ser a depredado. E com o passar dos meses, foram retirados do local as janelas, fiação, banheiras de hidromassagens, vergalhões estruturais e até uma piscina pequena. Além dos furtos, o local tem sido invadido, pichado e destruído, está sob constante ações de vândalos, tomado por mato e entulho, por não receber manutenção.

Em dezembro, uma denúncia alegou que dois servidores e o procurador do município estariam envolvidos “na doação ou até mesmo na venda dos materiais retirados do sítio”. O Jornal de Juatuba e Mateus Leme recebeu um áudio onde dois servidores da prefeitura afirmam que a piscina pequena já havia sido retirada e doada e que uma máquina iria até o local para retirar a piscina maior, já que a extração feita pelos próprios servidores municipais estava demorando. “Na marreta eu fico 15 dias e na retroescavadeira duas horas. Na mão, não dá”, confirma o áudio de um dos servidores.

Na gravação que foi entregue à redação, os servidores inclusive utilizaram o nome do procurador do município, Dr. Júlio Oliveira, que segundo eles, “estaria ciente da doação da piscina”. No áudio, os homens afirmam que tudo tem que ser feito com muito cuidado, já que qualquer coisa “é motivo de muito barulho no município”. “É só falar assim: eu doei e preciso retirar. Quem faz a documentação é o procurador Júlio, então o Júlio vai pegar e falar…” (áudio termina).

Os dois servidores que conversavam na gravação seriam Leandro Celestino, o Léo Vox e Deyved Damião. A época, os vereadores se dirigiram até o sítio e constataram que o local estava completamente abandonado. Também foi registrada a ausência de grades, janelas, banheiras e da piscina pequena. Foram feitas fotografias do local, anexadas a um pedido de informação encaminhado ao prefeito Renilton Coelho, cobrando um memorial descritivo do imóvel quando da desapropriação.

O documento também questionou se houve apuração sobre os atos de vandalismo no imóvel, ou alguma supressão ou demolições no mesmo. Além das informações, os parlamentares solicitaram que fosse designado um serviço de vigilância 24h no local, para evitar mais atos de vandalismo e furtos.

Já se passaram sete meses das denúncias, do pedido de informação e da solicitação de vigilância no local, mas até hoje o prefeito sequer respondeu o pedido dos vereadores e muito menos houve medida administrativa. Também não foi instaurada investigação para apurar os furtos e a depredação do local.