A campanha do Laço Branco, iniciativa que envolve mais de 50 países, é uma das maiores iniciativas sobre a temática do envolvimento de homens com a violência contra a mulher. Neste ano, Juatuba aderiu à campanha que começou com uma caminhada, animada pela fanfarra da APAE, que percorreu as principais vias da cidade. De acordo com a Secretaria de Assistência Social, a campanha se estenderá durante todo o mês de novembro com a realização de blitz educativas e palestras.
Na última semana, a programação contou com a palestra “Lugar de mulher é onde ela quiser”, com a psicóloga Layla Áquila, e reunião com a defensora pública e coordenadora de Promoção e Defesa Social dos Direitos das Mulheres de Minas Gerais, Samantha Vilarinho.
A próxima exposição terá como tema a “Violência institucional- abordagem humanizada”, e será ministrada pela escrivã da Polícia Civil, Aline dos Santos e o Inspetor Willlian Braga. O encontro será na sede do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos de Juatuba.
Segundo a prefeitura o objetivo é “sensibilizar, envolver e mobilizar os homens no engajamento pelo fim da violência contra a mulher, a partir de diversas ações realizadas por diferentes setores da sociedade que se encontram engajados na luta pela promoção da equidade de gênero e superação das desigualdades entre homens e mulheres”, disse Secretária de Assistência Social, Maísa Aquino.
Ela confirmou a agenda de atividades durante todo o mês e salientou que um dos destaques é a exposição de fotos e vivências: “Mulher, você está cansada de que?”, aberta à toda a população, de segunda à sexta-feira, das 7h às 16h, na Sala Mineira do Empreendedor, na rua Antônio Sugasai, 114, no centro.
Dados assustam
Uma em cada quatro mulheres acima de 16 anos afirma ter sofrido algum tipo de violência no último ano no Brasil, durante a pandemia da Covid-19, segundo pesquisa do Instituto Datafolha, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Isso significa que cerca de 17 milhões de mulheres (24,4%) sofreram violência física, psicológica ou sexual no último ano. A porcentagem representa estabilidade em relação à última pesquisa, de 2019, quando 27,4% afirmaram ter sofrido alguma agressão.
Na comparação com os dados da última pesquisa, há aumento do número de agressões dentro de casa, que passaram de 42% para 48,8%. Além disso, diminuíram as agressões na rua, que passaram de 29% para 19%. E cresceu a participação de companheiros, namorados e ex-parceiros nas agressões. Em 2021, o “vizinho”, que em 2019 ficou em segundo lugar como autor das agressões (21%), neste ano sumiu das respostas. Em seu lugar apareceram o pai, a mãe, irmão, irmã, padrasto, madrasta, o filho e a filha.
Na cidade
Em Juatuba os números também assustam: estatísticas criminais da Secretaria de Segurança Pública de Minas Gerais apontam que casos de violência doméstica contra mulheres triplicaram no município se comparados com os números do ano anterior. Em 2020 foram registrados 195 casos de violência doméstica; este ano, foram registrados até o fim de setembro, 363 casos, número preocupante para uma cidade de 30 mil habitantes.
Mateus Leme, não fica muito atrás de Juatuba nos números de violência: em 2020 foram registrados 174 casos de violência doméstica e, este ano, até setembro, foram contabilizados 282 casos.
Para denunciar casos de violência doméstica, basta ligar anonimamente para a Polícia Militar, 190, Central de atendimento à mulher, 180 ou acionar a Assistência Social de Juatuba pelo número (31)3535-5480.