Juatuba e Mateus Leme têm quase 140 pessoas convivendo com HIV

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O mês de dezembro recebe a cor vermelha no calendário da saúde e a campanha nacional do mês promove a prevenção e assistência das pessoas que vivem com HIV, Aids e outras e outras IST`s, infecções sexualmente transmissíveis.   

Mas o dezembro que era para ser vermelho, acabou “passando em branco” nos dois municípios. Apenas Juatuba realizou uma publicação a respeito da data nas redes sociais oficiais, sem programações, campanhas ou palestras. Mateus Leme sequer lembrou da data, mesmo com os números em alta.

Segundo dados recentes do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, o número de infectados com HIV em Juatuba e Mateus Leme está controlado desde 2018. Em Juatuba, há 67 pessoas convivendo com HIV e nos dois últimos anos, nenhum caso novo foi notificado. Já em Mateus Leme, são 72 pessoas com a doença: em 2019 foram registrados cinco casos e em 2020, dois.  

Alerta para Sífilis 

Embora os números de infecção de HIV tenham ficado estáveis, os números de casos de Sífilis seguem em alta nos municípios. Em Juatuba, 66 pessoas convivem com a doença e nos últimos dois anos quase 40 pessoas foram infectadas: em 2019, foram 22 notificações e em 2020, 16. Este ano, os registros da doença já somam 14 casos.  

Em Mateus Leme, a situação não é diferente e a secretaria de Saúde da cidade confirmou 86 casos de Sífilis na cidade; 16 foram registrados em 2019, outros 21 em 2020 e sete até o mês passado. 

“Diagnóstico precoce permite tratamento eficaz”

O infectologista André Fernando Diniz e Silva, assegura que através do diagnóstico precoce, o paciente tem oportunidade de ter uma qualidade de vida melhor, já que em estágio inicial, o HIV pode ser controlado, inclusive com um tratamento oferecido pelo SUS, que não tem efeitos colaterais e é muito acessível. “Na maioria das vezes, os pacientes fazem o tratamento com apenas dois comprimidos”.

André Fernando Diniz e Silva.

Para o especialista, os números são subestimados, já que não é possível mensurar quantas pessoas carregam o vírus, simplesmente por não sentirem qualquer efeito ou por sequer desconfiarem que têm o HIV. “Existem estudos que mostram que se o paciente tratar o HIV de forma regular, fazendo o uso da medicação contínua e exames de controle, terá qualidade de vida igual a de uma pessoa que não vive com o vírus. Outro estudo que temos, é que quem vive com carga indetectável há pelo menos seis meses, não transmite o vírus, ou seja, o paciente que trata vive normalmente, podendo inclusive namorar, casar e ter filhos”, explica.

O infectologista relembra a importância da conscientização sobre as demais infecções sexualmente transmissíveis. “Fica o alerta também neste dezembro vermelho sobre as outras doenças como a sífilis e as hepatites B e C. Hoje, em qualquer posto de saúde, existem testes rápidos, que coletam uma simples gotinha de sague e, em 30 minutos já sai o resultado, que é seguro, simples e sigiloso”, alerta.

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