Morador denuncia infestação de escorpiões amarelos e cobra ações da prefeitura de Juatuba

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Com a chegada do período chuvoso, os moradores de Juatuba voltam a enfrentar um antigo problema: a infestação de escorpiões amarelos, espécie conhecida por sua picada venenosa e potencialmente perigosa. O mês de agosto marca o início da temporada crítica de reprodução desses aracnídeos, que encontram nas condições quentes e úmidas o ambiente ideal para se proliferarem, especialmente em áreas urbanas com problemas de saneamento e acúmulo de lixo.

Nas últimas semanas, relatos de avistamentos e picadas de escorpião têm sido frequentes e, um vídeo compartilhado nas redes sociais pelo morador Mirim, reacendeu o alerta. Residente no bairro Cidade Satélite, Mirim já havia denunciado a presença constante de escorpiões no local durante a enchente de abril. A situação foi agravada devido a caixa de esgoto coletora de esgoto da Copasa que estava vazando na região. Na época, ele destacou que a falta de manutenção nas redes de esgoto e a ausência de saneamento básico adequado estavam contribuindo para a presença dos escorpiões na vizinhança. Na ocasião, ele chegou a compartilhar a imagem do animal peçonhento em sua sala de estar.

Essa semana, novo registro da espécie em sua residência. Dessa vez, Mirim mostra um escorpião dentro de sua casa, próximo à porta da sala, ainda vivo. “Olha aqui dentro da minha casa de novo, está vendo? É culpa dessa situação da COPASA”, diz ele, enquanto ironiza a situação ao tocar o animal com um objeto para provar que ainda está vivo. “Matei, e daqui a pouco a Secretaria de Meio Ambiente vem e me multa por ter matado o escorpião… aliás, meio ambiente não, porque Juatuba não tem”, completa, criticando a ineficácia das autoridades locais em prevenir o problema.

Problema se agrava com o lixo e a falta de saneamento


A presença do escorpião amarelo nas áreas urbanas é preocupante, pois essa espécie possui uma picada altamente dolorosa e, em casos mais graves, pode levar a óbito, especialmente entre crianças e idosos. Segundo dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde, entre 2020 e 2024, Minas Gerais registrou 164.678 casos de picadas por escorpião. Em Juatuba, foram notificados 165 casos nesse período, sendo 31 em 2020, 38 em 2021, 47 em 2022, 40 em 2023 e 9 no primeiro semestre de 2024.

A principal razão para o aumento da presença dos escorpiões nas áreas urbanas é o acúmulo de lixo e a falta de manutenção nas redes de esgoto. Com isso, a presença de esgoto a céu aberto, como ocorre no bairro Cidade Satélite, cria condições perfeitas para a reprodução desses peçonhentos, que procuram locais úmidos e escuros para se esconder.

De acordo com o Instituto Butantan, esses aracnídeos se alimentam principalmente de baratas, que encontram abrigo em locais com resíduos acumulados. Portanto, áreas com lixo mal acondicionado, entulhos e vegetação sem manutenção se tornam o habitat ideal para a proliferação de escorpiões.

Como prevenir a presença de escorpiões


Para evitar o risco de infestações e picadas, a adoção de medidas preventivas é essencial. Entre as principais recomendações estão a manutenção de quintais e jardins sempre limpos, sem acúmulo de entulhos, folhas secas ou materiais de construção, que podem servir de abrigo para baratas e, consequentemente, para escorpiões.
Outra medida importante é o uso de telas em ralos, vedação de buracos em paredes e o fechamento de tomadas que não estão em uso, evitando a entrada desses animais. O descarte adequado de lixo, com recipientes bem fechados, também é fundamental para impedir a proliferação de insetos.

Em casa, é recomendado inspecionar roupas, sapatos e brinquedos antes de utilizá-los, especialmente em áreas externas ou de pouco uso, onde os escorpiões podem se esconder. Além disso, é importante manter camas e berços afastados das paredes e evitar que lençóis ou cobertores toquem o chão, já que os escorpiões podem subir por esses tecidos.

O que fazer em caso de picada


A picada do escorpião amarelo provoca dor intensa e pode causar sintomas similares aos de uma picada de abelha ou vespa, como inchaço e vermelhidão no local. No entanto, em casos graves, a picada pode levar a sintomas mais severos, como náuseas, vômitos, dores de cabeça e dificuldades respiratórias, principalmente em crianças.
Ao ser picado, é essencial buscar atendimento médico imediato. Em Juatuba, os moradores podem acionar o SAMU (192) para receber orientações e encaminhamentos sobre os primeiros socorros. O tratamento geralmente envolve a administração de analgésicos para aliviar a dor e, em casos mais graves, a aplicação do soro antiescorpiônico.