A cada segundo, 15 animais silvestres morrem atropelados nas rodovias que cortam o Brasil. O número que corresponde a 475 milhões de mortes por ano ou a 1,3 milhão por dia.
As informações são do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas da Universidade Federal de Lavras. Embora a maioria dos casos ocorra nas rodovias, o aparecimento de diversas espécies mortas na Serra do Elefante, principal ponto turístico de Mateus Leme, passou a gerar preocupação em integrantes da Associação Amigos da Serra do Elefante, que vem denunciado diversos casos de crueldade contra animais silvestre, turismo predatório e poluição do meio ambiente no local.
A ONG publicou nas redes sociais uma foto registrada por um dos colaboradores registrando a morte de uma cobra na estrada que dá acesso ao topo da Serra.
O registro mostra que o animal foi morto com um equipamento cortante e depois queimado. O fato não é o primeiro a ser registrado, já que nas últimas semanas a entidade trouxe fotos de um tamanduá bandeira atropelado em um domingo, quando o local estava cheio de turistas.
“Esperamos despertar nas autoridades locais, mídias sociais e demais pessoas que estão divulgando nossa Serra como produto turístico à revelia da legislação pertinente, a cautela nesses tipos de publicações. Acabamos por produzir no visitante uma falsa ideia de estruturação administrativa e física que ainda não possuímos”, destaca.
A Associação destaca que a maior parte da Serra do Elefante é protegida por lei, por estar enquadrada como “Monumento Natural”, mas que ainda não está implementado o plano de manejo que regulamentaria o turismo. “A Serra não possui infraestrutura para recebimento e acolhimento de turistas, sinalização e fiscalização.
Nos dois últimos anos, crimes como este da foto estão sendo cometidos todos os finais de semana. Não queremos este tipo de turista”, completa.
Muita sujeira e queimadas
Outro fato constantemente registrado pela entidade é a falta de respeito e civilidade dos turistas, que sobem até o topo da serra para fazer confraternizações e sujar o local.
Nos últimos meses, foram instalados tambores de lixo para evitar o despejo dos materiais inservíveis no meio ambiente, mas o problema continua. Garrafas de bebidas, plásticos e embalagens são jogados no local e alguns visitantes insistem em fazer fogueiras no local, aumentando o risco de incêndio.