Pesquisa aponta que tabagismo aumenta riscos de contaminação e agravamento da Covid-19

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Durante a comemoração do Dia Mundial de Combate ao Fumo deste ano, o alerta das autoridades médicas veio com uma triste constatação: apesar das campanhas para reduzir o número de fumantes no Brasil nos últimos anos, os brasileiros passaram a consumir mais cigarros durante a pandemia.

Pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais, apontou que cerca de 34% dos que se declararam fumantes, passaram a consumir mais cigarros por dia, durante o período de isolamento social. O estudo indicou também que fumantes podem ficar ainda mais expostos ao contágio pelo coronavírus, já que o constante manuseio do cigarro com as mãos e o possível contato com a boca, além da necessidade de tirar a máscara para fumar, podem aumentar a possibilidade de contágio pelo vírus.

Campanhas

No Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer, cerca de 443 pessoas morrem por dia por causa do tabagismo. Diante desse número preocupante, campanhas de conscientização sobre os riscos do cigarro e do tabagismo para a saúde, principalmente durante a pandemia, passaram a ganhar mais relevância.

Em Juatuba, a secretaria de saúde oferece serviço de acompanhamento, para ajudar os fumantes a parar com o vício. O projeto conta com equipe multiprofissional e atendimento individualizado. Se houver interesse do fumante em largar o vício, basta procurar uma Unidade Básica de Saúde para fazer o acompanhamento.

Já em Mateus Leme, o tratamento é feito na Saúde Mental e o interessado deve também procurar uma Unidade Básica de Saúde para proceder o encaminhamento.

Especialista 

De acordo com o médico de Saúde da Família e Comunidade, Leandro Batista, o tabagismo é uma doença que tem relação com aproximadamente 50 enfermidades, dentre elas vários tipos de câncer, doenças do aparelho respiratório e doenças cardiovasculares. Ele afirma ainda que a úlcera do aparelho digestivo; osteoporose; catarata; impotência sexual; infertilidade, menopausa precoce e complicações na gravidez, podem também estar relacionadas ao hábito de fumar.

“O tabagismo é um fator que aumenta o risco de ocorrência de doenças cardiovasculares, pois forma placas de gordura nos vasos sanguíneos; aumenta a pressão arterial e a frequência cardíaca; induz a resistência à insulina e diabetes e produz inflamação e trombose”, destaca o profissional.

Leandro Batista ressalta que os dados da pesquisa da UFMG são corroborados por diversos estudos e, a julgar pelos mecanismos de transmissão da Covid atualmente aceitos, é compreensível a hipótese de aumento da exposição da doença em tabagistas.

O médico ainda destaca que todas as formas de fumo são derivadas do tabaco e nenhuma delas é segura ou isenta de dano. “Não existe nível seguro de exposição ao tabagismo e mesmo quem se expõe passivamente, corre o risco de desenvolver diversas doenças, especialmente respiratórias e cardiovasculares, além de câncer de pulmão. Reações como tosse, irritação nos olhos, dor de cabeça, coriza, agravamento de doenças respiratórias e náuseas, são os chamados sintomas de curto prazo para os fumantes passivos”, destaca.

Fim do vício

De acordo com o especialista, sempre é tempo de parar de fumar e melhorar a qualidade de vida, revertendo os efeitos do tabaco sobre o organismo. Parar de fumar não é tarefa fácil. Porém, o que não falta são alternativas.

“Um bom aparato multiprofissional é desejável, bem como procurar auxílio de especialistas como pneumologista e psiquiatra. O Ministério da Saúde possui um Programa Nacional de Controle do Tabagismo, e oferece tratamento gratuito àqueles que queiram parar de fumar. Há ainda alguns programas online, facilmente acessíveis, e os oferecidos por alguns hospitais e convênios da rede particular”, explica Leandro.

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