“Poeira durante a seca e barro no período chuvoso”, reclamam moradores do Cidade Satélite

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A Avenida Juscelino Kubitschek, no bairro Cidade Satélite, está abandonada, é de terra e quem transita pelo local é obrigado a conviver com “intensa poeira durante a seca e muito barro no período chuvoso”.

Cansada da situação e frente à inércia da prefeitura frente o problema, a comunidade acionou uma emissora de televisão para mostrar a situação vivida pelos moradores e comerciantes do local. Na reportagem, os populares alegam que foi necessário que os próprios comerciantes fizessem quebra-molas improvisados de terra, para evitar que uma densa camada de poeira, causada pelo trânsito intenso, tomasse conta dos estabelecimentos comerciais da Avenida.

“Eu fui excluída de um grupo de WhatsApp por apoiadores do prefeito, simplesmente por ter acionado a reportagem e chamado os vizinhos para ajudar a denunciar o caso. Chamei e não arrependo, porque eu como comerciante, estou sendo prejudicada; os produtos que vendo na minha padaria são artesanais e quando vem a poeira, ninguém compra, é prejuízo e trabalho perdido”, disse a proprietária de uma padaria localizada na Avenida.

Ainda de acordo com a comerciante, ninguém senta em seu estabelecimento, devido ao trânsito intenso na região. “Quando a gente senta e está comendo alguma coisa, a poeira vem e cai sobre o prato ou produtos. Já ocorreu de pessoas jogarem a comida fora e irem embora”, relata.

Moradores da Avenida alegam que o asfaltamento sempre foi prometido, mas nunca chegou. A reportagem mostra até um carro abandonado e muito barro. “As ruas que são asfaltadas aqui no bairro, são geralmente de apoiadores do prefeito e amigos de vereadores”, denunciou um popular durante a reportagem.

Outra reclamação é que em período de seca, a poeira insuportável prejudica a saúde de crianças e idosos e quando o caminhão pipa passa, joga água apenas em alguns trechos. “Eles vêm no máximo duas vezes por mês, e só vem por causa de um comerciante que é parceiro do prefeito. Ainda tem outro agravante, no período chuvoso, carro não sobe, muito menos ambulância e transporte escolar”, afirmou outro.

Os moradores aproveitaram o momento para cobrar os R$116 milhões destinados pela Vale, como reparação pelo desastre de Brumadinho,. “Até hoje não vimos esse dinheiro ser aplicado aqui, já que estamos a poucos metros do Rio”, alegou uma moradora. A reportagem tentou contato com a prefeitura, no entanto não foi respondida.