A Prefeitura de Juatuba iniciou, nos últimos dias, obras de patrolamento no bairro Jardim Leme. O que a administração municipal tratou como melhoria, na visão dos moradores, é apenas mais uma medida paliativa. Há anos eles convivem com a poeira e a lama de grande parte das ruas da comunidade, que em pavimentação asfáltica apenas na via principal.
As máquinas foram chegando ao bairro, mas a população continuava sem respostas. Diante disso, alguns moradores decidiram iniciar, na segunda-feira, 27, uma manifestação para impedir que as máquinas trabalhassem até que o prefeito Adônis Pereira ou a secretária de obras Rosely Rocha fossem ao local e explicassem o que seria feito. O presidente da Associação União Boa Esperança, Adenilson Nascimento, que representa os bairros Jardim Leme e Jardim Boa Vista, explicou que o protesto não partiu da Associação, mas que eles decidiram apoiar por entenderem que é um direito dos moradores serem informados sobre as intervenções que são feitas para a comunidade.
O representante detalhou que as máquinas ainda estão no bairro e que espalharam terra vermelha com um pouco de cascalho para nivelamento das vias. Ele conta ainda que, durante a campanha eleitoral, Adônis prometeu instalar quebra-molas na via principal do bairro, que é local de parada dos ônibus escolares e coloca em risco as crianças que ali desembarcam, além de providenciar calçamento ou asfalto para as demais ruas. Entretanto, após a eleição, os ofícios e solicitações da associação não foram mais respondidos pelo prefeito. A falta de pavimentação é um problema na região durante todo o ano. Durante o período de seca, a poeira prejudica a saúde dos moradores. Quando chega a chuva, o barro e os buracos tomam conta do bairro, a lama desce para a avenida asfaltada e dificulta o trânsito. Informado sobre a ideia da manifestação, que acabou não ocorrendo, o prefeito foi até o bairro e gravou um vídeo, publicado em seguida em suas redes sociais. Nele, o chefe do Executivo provoca a população afirmando que ninguém pararia as máquinas. “Vim aqui ver quem vai parar máquina, porque aqui não tem esse negócio de fazer politicagem com máquina da Prefeitura. Essa cidade tem prefeito, essa cidade tem gente querendo trabalhar e ajudar a cidade”, desafiou Adônis.
Adenilson disse ter ficado indignado com a atitude do prefeito e foi até a obra procurá-lo para conversarem, porém, Adônis foi embora rapidamente. “O mesmo (prefeito) se comprometeu a fazer pavimentação asfáltica para evitar que o barro e poeira desçam para o asfalto. Agora, a comunidade, pagadora de impostos, não tem direito de cobrar do prefeito, porque é diretamente atacada desta forma, com mentiras e perseguições”, escreveu em carta. Em conversa com a secretária de obras, que estava no local, o presidente da associação foi acusado de estar tumultuando. A outros moradores, Rosely afirmou que não há previsão para realização de outras obras na comunidade, que elas já estavam listadas no orçamento participativo, no entanto, com as mudanças provocadas pela pandemia, não tem certeza de quando ocorrerá a revisão do orçamento. “Hoje as máquinas estão trabalhando e estamos convivendo com a poeira, com a certeza de que nas primeiras chuvas estaremos sofrendo com o barro, crateras nas ruas e sujeira no asfalto da Avenida JK”, desabafou Adenilson.